Paulinho Vilhena radicalizou nas escolhas neste ano. Com direção de Evandro Mesquita e ao lado de Pierre Baitelli, ele vive um travesti em “Hedwig e o Centímetro Enfurecido”, no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro. No palco, ele rebola, solta a voz e usa – muita – maquiagem. Ficou curioso para saber como ele está se sentindo em relação à peça? Glamurama conversou com ele nessa semana e conta para você.
Quando você aceitou fazer o papel de um travesti, o que mais lhe motivou?
"Com certeza foi o desafio da personagem. Com um papel destes, você tem a possibilidade de ir além, de superar os seus limites. Eu ainda fico nervoso lá no palco, na hora da interpretação, mas o pior para mim é cantar!"
O que você aprendeu com a sua personagem?
"Aprendi com ela que qualquer sofrimento só vai ser dissolvido por você mesmo. Não depende dos outros, a vontade de contornar a situação tem que vir de dentro. Minha personagem sofre muito durante a vida e ela mesma se resgata. Ela se motiva e é determinada a acabar com a dor."
De uma maneira geral, você acha que fazer um papel controverso ajuda o ator a ser respeitado entre diretores e colegas?
"Eu acho que não adianta dar uma de louco e escolher um papel só por ele ser transgressor. Você só vai ser respeitado se fizer o trabalho completo, se for bom no que escolheu. No meu caso, eu acho que foi a Hedwig que me escolheu. Foi tudo por acaso, eu encontrei com um amigo que ia fazer a leitura de ‘Hedwig e o Centímetro Enfurecido’ no aeroporto um dia e, três semanas depois, esse amigo me ligou e disse que o Evandro Mesquita, diretor da peça, queria conversar comigo."
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