O POETA DA VILA
O talento de Noel Rosa (1910-1937), considerado um dos maiores e mais importantes artistas da música brasileira, rendeu muitos sambas: foram mais de trezentas composições criadas por ele, que ficou conhecido como o “Poeta da Vila”. Ele nasceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e morou durante seus quase vinte e sete anos de vida na mesma casa na rua Teodoro da Silva, deste bairro carioca.
A vida de Noel, intensa e boêmia, também rendeu muitos livros – dentre eles, os fundamentais “No Tempo de Noel Rosa” (1963), do músico Almirante (1908-1980), e “Noel Rosa: Uma Biografia” (1990), de João Máximo e Carlos Didier – e, cem anos depois de seu nascimento, continua rendendo. Em homenagem ao centenário de nascimento do Poeta da Vila, que se completa no dia 11 deste mês, a editora Casa da Palavra lança “Noel Rosa – o Poeta do Samba e da Cidade”, de André Diniz, na quinta-feira, 9, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho, com direito à roda de samba, a partir das 19h.
Nesta obra, o autor retrata a música e o Rio na época de Noel. Um Rio que, no começo dos anos 1930, o Poeta da Vila percorria a bordo do seu Chevrolet dois cilindros, cor de azeitona, apelidado de Pavão, enquanto produzia uma originalíssima poesia urbana, uma música nascida do cotidiano das ruas, das coisas simples, do morro e do asfalto, fazendo com que seu samba atravessasse e costurasse a geografia carioca. No final das contas, André Diniz mostra que Noel Rosa foi o grande poeta de uma “cidade que ninguém resiste, na beleza triste de um samba-canção”. O livro vem acompanhado de um CD com músicas de Noel.
Em seu centenário, Noel Rosa é retratado como o poeta de uma “cidade que ninguém resiste”
Anna Lee
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