Morreu nesta segunda-feira, Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, enquanto passava por um procedimento estético. Ele teria sofrido uma parada cardiorrespiratória durante a aplicação de um peeling de fenol, em uma clínica de uma influenciadora no Campo Belo, bairro nobre da zona sul de São Paulo.
O peeling de fenol é um procedimento estético profundo utilizado para rejuvenescimento da pele, especialmente eficaz contra rugas e flacidez. Contudo, ele envolve a aplicação de uma solução composta principalmente por fenol e óleo de cróton, que causa uma queimadura controlada na pele. Esse processo remove a camada superficial da pele, promovendo a renovação celular e resultando em uma pele mais lisa, macia e jovem.
Segundo o médico oncologista Drauzio Varella, devido à profundidade de ação, o procedimento é considerado invasivo e requer uma série de cuidados médicos antes. Os cuidados devem ser durante e após a aplicação, incluindo avaliações cardiológicas, hepáticas e renais. Além de um acompanhamento rigoroso por um dermatologista especializado.
Carla Gayoso, chefe de dermatologia do HULW (Hospital Universitário Lauro Wanderley) da UFPB, em entrevista ao Viva Bem em 2022, também afirma que tem que tomar cuidado. “O fenol é um anti séptico potente, mas pouco utilizado, porque é altamente tóxico quando usado em concentrações mais eficientes. Na dermatologia, ele pode ser usado a partir de 50%, sendo que em concentrações acima de 80% é quando causa mais necrose, que a gente chama de querato coagulação. É o que acontece, por exemplo, com os peelings mais profundos”, defendeu.
Em suma, apesar dos riscos, a demanda pelo peeling de fenol continua a crescer, impulsionada pela promessa de resultados significativos e pela pressão cultural por padrões de beleza elevados.