Médico alertam para riscos do PMMA em procedimentos estéticos

Usar o PMMA em procedimentos estéticos não é aprovado pela ANVISA - Foto: Pexels

Após o falecimento, nesta terça-feira (2), da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, devido a complicações de um procedimento estético nos glúteos com PMMA, a médica Eliane Palermo, membro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), destacou os perigos associados a essa substância.

Em uma entrevista à CNN, Eliane descreveu os procedimentos com PMMA como uma “epidemia silenciosa”, destacando que a substância pode permanecer no organismo por anos sem causar sintomas, até desencadear uma reação inflamatória.

Entenda o PMMA, substância permanente e de alto risco

O PMMA, é um polímero de plástico líquido, que permanece implantado no corpo sem se absorver. Segundo a médica, essa substância pode permanecer inativa por um período, mas pode causar complicações graves no futuro.

“Ele pode imediatamente ter um problema vascular e aí causar embolia pulmonar. Mas quando ele é silencioso, quando ele fica no seu organismo durante anos sem ser possível removê-lo, são polímeros plásticos como se fosse um plástico líquido que vai ficar implantado no organismo e ele pode estar lá quieto até que ele tenha uma reação inflamatória”, pontuou.

Regulamentação rígida ou banimento

A médica defendeu uma regulamentação mais rigorosa para o uso do PMMA, e até mesmo sugeriu seu banimento. Ela destacou que inicialmente liberaram o produto para tratamentos de HIV, mas hoje não há justificativa médica que mude os riscos envolvidos.

“Eu defendo que ele tenha no mínimo uma regulamentação muito rígida em relação ao uso, em quantidades muito pequenas para cicatrizes ou coisas inestéticas, que o risco seria, de repente, compensado pelo problema. Agora, ele não é liberado para aumento de volume de glúteo, ponto. Então assim, nós estamos falando de uma coisa que é ilegal. Aumentar o glúteo com PMMA não é liberado nem pela própria Anvisa”, concluiu.

A profissional da saúde também alertou sobre possíveis casos de insuficiência renal em pacientes jovens que realizaram o procedimento. Entretanto, essa é uma questão que está sendo investigada pelas sociedades médicas.

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