Dona de um dos corpos mais conhecidos do país, Viviane Araújo ganha um ensaio especial inspirado em duas musas de Jorge Amado. Tem jeito melhor para celebrar a estação mais quente do ano? A Revista J.P chega às bancas nesta sexta-feira.
Por Thayana Nunes / Fotos: Adriano Damas / Edição de moda: Flavia Pommianosky e Davi Ramos (s.d mgt) / Beleza: Krisna Carvalho
Um único biquíni e uma vontade imensa de estar na avenida. Rainha das rainhas dos carnavais, Viviane Araújo começou na brincadeira, lá em 1995, quando ainda era estudante de educação física no Rio, e conta que só queria brincar, “aparecer e fazer oba-oba”. Tinha apenas um biquíni mesmo, que ganhava novos acessórios de acordo com o figurino dos carros alegóricos das escolas pelas quais desfilava. Nunca imaginaria que hoje seria a musa absoluta na Sapucaí, onde desfila pelo Salgueiro há dez anos, e do sambódromo de São Paulo, com a Mancha Verde. Bom, mas, falando de Vivi, dá até para pensar que nada disso foi por acaso. Essa carioca, nascida no bairro Praça Seca, é pura determinação e foco. Passou de recordista de ensaios fotográficos seminus para a queridinha de ninguém menos que Aguinaldo Silva, autor que tem faro fino em descobrir novos talentos. Depois da aposta dele, Vivi já está na sua terceira novela na Globo, duas no horário nobre: primeiro com a divertida Naná, de Império (2014), e agora com Neide, mãe da protagonista Marina Ruy Barbosa, em O Sétimo Guardião. Difícil é ela escolher se prefere horário nobre ou Carnaval: “São duas maravilhas, o Carnaval me contagia, fico em êxtase. Já estar na Globo é desejo realizado de que eu fui capaz. É uma vitória”, celebra. Nem liga de ter entrado na emissora “mostrando esse lado de mulher gostosa e sensual” como a Rosinha da Escolinha do Professor Raimundo. “Nunca me incomodou. Se era para eu estar lá porque sou bonita e gostosa, eu estava lá porque era bonita e gostosa mesmo”, gargalha.
A verdade é que ela faz de seu corpo seu instrumento de trabalho e de poder, e conta que, mesmo seminua na avenida ou em capa de revista masculina, “sempre mostrou uma postura em que manteve o respeito por onde passava”. “Não é fácil estar tão exposta, mas não me arrependo de nada, nem das coisas ruins. O que aconteceu tinha de acontecer, a gente aprende com os erros e bola pra frente.” É pensando assim que ela encara, por exemplo, o período em que o ex, o cantor Belo, foi preso e ela o visitava na cadeia, motivo de assunto até hoje – eles se separaram em 2007, tá gente? “Isso serviu para me fortalecer: falo que tirava força de onde eu não sabia que tinha. É nesse momento que você se descobre, que você sente que é capaz.”
Agora, uma das únicas coisas que a incomoda é ter de escutar que está com uma gordurinha fora do lugar. Mesmo tendo “poucos haters” no Instagram – são quase 7 milhões de seguidores –, ela vira e mexe tem de aguentar um “nossa, tá bonita, mas tem que malhar costas”. “Passo duas horas e meia na academia, ainda mais com novela, Carnaval… Tenho personal, endócrino, faço uma dieta para secar e ficar mais firme… Se ficar de biquíni e tiver uma dobrinha aqui, ali, as pessoas já comentam que engordei. Elas olham tudo!” E tem como não olhar, Vivi?
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