João Doederlin, ou @akapoeta, o cara que embala os relacionamentos da geração Z

João Doederlin, o @akapoeta || Créditos: Reprodução

O amor correspondido não vem mais por carta. Em tempos de internet, o maior de todos os sentimentos mostra que não perdeu a força e a prova disso é João Doederlein, conhecido como @akapoeta: ele ostenta mais de um milhão de seguidores que não economizam nos likes em suas frases e poesias pra lá de românticas. Para J.P, esse poeta de apenas 22 anos se revela um veterano na área.

Por Fernanda Grilo

J.P: O amor em tempos de internet é…
AKAPOETA: Efêmero, principalmente quando não precisa sair de casa para conhecer alguém. Até abre possibilidades, as redes servem de vitrine, só que não estamos preparados para conhecer tanta gente assim.

J.P: A internet mudou a forma como a gente ama?
AKAPOETA: Não mudou a forma, mas como a gente se relaciona, sim. Também acredito que formou mais casais do que desfez.

J.P: O que é cafona no amor?
AKAPOETA: Nada e tudo! Acho cafona pejorativo, mas amor com breguice é o melhor que tem.

J.P: Falar “eu te amo” é…
AKAPOETA: As pessoas dão pesos diferentes às palavras. Não pode medir o amor de outra pessoa usando como base o seu sentimento, mesmo que ela seja o amor da sua vida.

J.P: Quem te inspirou a se tornar poeta?
AKAPOETA: Sou sentimental e sempre precisei escrever sobre isso de forma natural. Meu avô me apresentou a obra de Mário Quintana, Paulo Leminski e tem também a J. K. Rowling, pois sempre quis ser um contador de história e meu tema preferido é fantasia.

J.P: Para quem foi a sua primeira poesia?
AKAPOETA: Minha mãe, aos 11 anos. Era melancólico na infância e escrevi agradecendo o amor dela por mim e como me motivava na vida.

J.P: Uma frase?
AKAPOETA: “A melancolia é a tristeza com muito açúcar.”

J.P: Você cria poemas pensando nas suas paixões?
AKAPOETA: Tudo na vida ajuda a criar, mas é mais palpável escrever sobre o amor não correspondido. Tudo o que é instável incomoda.

J.P: As pessoas sabem que está escrevendo para elas?
AKAPOETA: Nunca teve alguém com certeza absoluta. Por mais egocêntrico que o ser humano possa ser sempre fica a dúvida.

J.P: Como define o amor verdadeiro?
AKAPOETA: Aquele que é “partner in crime”.

J.P: Uma história de amor verdadeiro?
AKAPOETA: A ficção sempre dá um jeito, mas uma vez um colega me disse: “Se quer olhar para um amor de verdade basta ver os seus avós”. Os mais velhos têm essa questão da construção do amor juntos, de ultrapassar as barreiras.

J.P: O que é sofrência pra você?
AKAPOETA: Na ideia da melancolia, algo doce, não que seja bom, mas é mais tragável que o sentimento como um todo.

J.P: Melhor música de amor?
AKAPOETA: Vale três? “Wish You Can”, Billie Eilish; “Iris”, Goo Goo Dolls; “Tua”, Anavitória.

J.P: Mania?
AKAPOETA: De cantar junto com o rádio.

J.P: Três coisas que você não vive sem?
AKAPOETA: Um partner in crime, sushi e escrever.

J.P: Se fosse feito um filme da sua vida, qual seria o título?
AKAPOETA: “É na intimidade do abraço que corações trocam segredos.”

J.P: Quem é o seu crush dos sonhos?
AKAPOETA: Camila Mendes, atriz brasileira que faz a série ‘Riverdale’. Todo mundo tem um crush famoso, né?

J.P: Qual xaveco funciona?
AKAPOETA: A rosa feita com guardanapo sempre funciona. Mas sempre que penso em xaveco lembro do personagem do Mauricio de Sousa…

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