Revista J.P invadiu o closet que rompe padrões da colecionadora de arte Jéssica Cinel

A colecionadora de arte paulistana Jessica Cinel gosta de brincar com a moda como ninguém e tem um só objetivo: romper todos os padrões

Por Beatriz Manfredini para a Revista J.P | Fotos: André Giorgi

“Não repara na bagunça”, pede Jessica Cinel, assim que J.P tenta entrar no seu quarto no dia das nossas fotos. Não, a casa dessa paulistana de 26 anos – incrível, aliás – não tem nada de desorganizada. A razão para o pedido é que o cômodo está passando por uma minirreformulação. Jessica é colecionadora de arte e chegamos bem no dia da sua mais nova aquisição: a obra Americamnesia, do artista sueco Runo Lagomarsino, uma espécie de papel de parede que estava sendo instalado naquele dia. O quarto parece galeria: é inteiro decorado com artistas do mundo todo.

Essa veia artsy surgiu durante os anos estudando negócios internacionais fora do país – foram cinco em Londres e um em Paris. De volta ao Brasil este ano, ela decidiu reorganizar seu quarto – e sua vida. “Eu era uma pessoa muito diferente da que sou hoje. Não só de estilo, mas de jeito também. Estou mudando as amizades, cortei o cabelo, me tatuei…”, enumera. O quarto de antes, em tons  lilás, típico de uma jovem de 19 anos, está dando lugar a um ambiente colorido e superoriginal. E o closet, claro, não poderia deixar de acompanhar esse momento. “Eu era meio cafona! (risos) Adorava usar peças tradicionais de grandes marcas, como Missoni. Hoje, acho tudo isso muito manjado”, diz. “Morar no exterior foi uma descoberta. Entendi ali que gosto de tudo que é autêntico, diferente. Quero compor looks que tenham sempre um elemento de choque.” O ideal agora para ela é criar contrastes e usar, por exemplo, tênis com vestido de paetês, ou uma roupa toda preta com uma jaqueta vintage. “Não me inspiro em ninguém, não leio revista de moda. Uso o que gosto. Tem pessoas que me dizem: ‘Jessica, você é louca! Tem certeza que vai sair assim?’”, fala, e ri.

Mas a gente quer saber: onde encontra essas peças tão originais? “Por aqui, adoro a Pinga ou a Lab Collection, e lá fora não saía de brechós, tanto os mais chics como aqueles que vendem para a caridade, sabe? Tem roupas incríveis!”, dá a letra nossa anfitriã, que não se importa nada com manchinhas, rasgos ou mesmo peças meio surradas: “Isso tudo é a graça da coisa”. “Você tem de incorporar o estilo. É você quem faz a roupa. Se está segura, todo mundo vai achar lindo. Se não, a roupa enfeia.”

Jessica gosta tanto do inusitado que, vez ou outra, sai de casa com uma unha de cada cor e nem liga para os olhares alheios quando surge vestindo várias texturas e acessórios statement, como um enorme broche de bananas. Tudo para cumprir com seu objetivo – e o de sua coleção de arte: romper todos os padrões.

 

UNIVERSO PARTICULAR

Paixão fashion

“Sou apaixonada por óculos de sol. É uma coisa que é difícil de me controlar: compro sempre!”

Conselho

“Se vestir bem tem a ver com bom gosto, não com dinheiro. Se você tem bom gosto, vai se vestir linda em qualquer lugar.”

Garfo

“Eu adoro massa. Quando cheguei sozinha em Londres, sem saber cozinhar, comia massa pronta e cupcake todos os dias.”

Conforto

“Uma das minhas peças preferidas é meu tênis Stella McCartney. E também amo All Star.”

Cabeceira

“Amei o livro sobre Frida Kahlo escrito pela Barbara Mujica. Me identifiquei muito com a personagem, que tem personalidade forte e faz o que dá na telha.”

 

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