Cauã Reymond é o presente de Natal da Revista J.P de dezembro e fala o que deseja ganhar: “Noites de sono”

Cauã Reymond: capa e recheio da revista J.P de dezembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P

Feliz com suas escolhas e cada vez mais dono do próprio nariz, nosso eterno galã engata um papo sobre liberdade, tempo livre, paternidade e o que é sucesso hoje.

Por: Thayana Nunes / Fotos: Maurício Nahas / Styling: Paulo Martinez / Beleza: Lau Neves (Capa MGT)

J.P: Cauã, você é o nosso presente de Natal neste ano. Agora, a gente quer saber: o que você gostaria de ganhar?
CAUÃ REYMOND: Humm… Boa pergunta… Acho que noites de sono.

J.P: E se tivesse de escolher o que mais te marcou em 2018, o que seria?
CAUÃ: Foi um ano meio difícil, né? Acho que a questão do respeito pelo que o outro pensa. O país ficou muito dividido com as eleições. O que mais ouvi foram pessoas saindo de grupos de WhatsApp, famílias brigando. Eu saí de um, porque falaram mal dos meus colegas artistas. Cada um tem direito a sua opinião, mas sou contra a agressão.

J.P: Você acompanha a política?
CAUÃ: As eleições aconteceram durante os ensaios para Pedro, filme que estou produzindo e interpretando Dom Pedro I, e foi muito interessante estar nesse caos político. Enriqueceu bastante. Com o tempo, decidi não ficar dando opinião, mas estou torcendo para as coisas melhorarem. A gente está vivendo um momento muito delicado. Algumas opiniões são muito mal interpretadas. Não só a parte política, mas em relação a tudo, ao feminismo, à questão LGBT.

J.P: Falando em temas atuais, o que acha da liberalização da maconha, por exemplo?
CAUÃ: Acho que tem que ser liberada, sim. Não sou um estudioso sobre o tema, mas tenho uns amigos que falam que é ótimo. Não sei se o Brasil está preparado agora. No futuro, faz sentido.

Cauã Reymond: capa e recheio da revista J.P de dezembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P

J.P: Sobre a série Ilha de Ferro, que você protagoniza, acha que o comportamento do brasileiro está mudando na hora de ver televisão? As pessoas vão assistir a uma série on demand da Globo?
CAUÃ: A série já pegou! Assédio foi a primeira, Ilha de Ferro veio com força total, já é a mais acessada do Globoplay. Estou muito orgulhoso, foi um projeto muito difícil, ambicioso, agrega um drama pesado com vários efeitos especiais. Tanto é que a segunda e a terceira temporada já estavam aprovadas antes mesmo do lançamento.

J.P: Falando em mudanças significativas, nossa noção de sucesso muda muito ao longo da nossa vida. O que é sucesso para você hoje, aos 38 anos?
CAUÃ: Paz de espírito. (risos) Ah, me considero um cara que, graças a Deus, conquistou muitos sonhos. Engraçado, depois de um tempo, pode parecer bobeira, mas a grande moeda para mim é meu tempo. Então, eu realmente contabilizo meia hora do meu dia. Você entendeu?

J.P: Nossa, então esse tempinho aqui é precioso. Preciso cuidar!
CAUÃ: (risos) Não, é que se alguém tentar assim: “Ah, você tem meia horinha?” Para mim meia horinha é meia horinha. Ainda mais se estou filmando.

J.P: E o que você faz quando tem um tempo livre?
CAUÃ: Faço uma meditação, dou uma malhada, fico com a minha filha, faço dever de casa com ela. Tenho feito muito boxe. E gosto de correr na areia fofa, de nadar… Gosto de fazer exercício. Me faz bem, apura minha cabeça.

J.P: Você só malha? Nunca vou escutar do Cauã: “Fiquei a tarde toda assistindo Netflix”?
CAUÃ: Não, assisto Globoplay! (risos) Sim, eu gosto, sou estudioso. Gosto de assistir bons filmes várias vezes. Às vezes até mais do que filmes novos. Fico com a sensação de que hoje em dia as coisas são feitas com muito pouco tempo. Antes, se aprofundavam mais, entende?

J.P: Verdade. Você também sente que agora tudo é efêmero?
CAUÃ: Sim. Engraçado, para Pedro, filmamos no navio da Marinha, num Cisne Branco, de Salvador ao Rio. E foi uma experiência muito interessante, porque não tinha celular, não tinha WhatsApp e tinha horário para tudo! De acordar, de almoçar, jantar… Eu adorei. Por incrível que pareça.

J.P: Dizem que a disciplina é libertadora.
CAUÃ: É libertadora! Para mim foi muito interessante, porque amo o que faço, mas às vezes eu fico muito doido com a falta de rotina. Não gostava, mas hoje em dia sinto falta. Sofro quando fico longe de casa, longe da minha filha. Sinto mais do que ela acho (risos).

Cauã Reymond: capa e recheio da revista J.P de dezembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P

J.P: A paternidade mudou totalmente as suas escolhas?
CAUÃ: Mudou. Me lembro que quando saí da Regra do Jogo, a última novela que fiz, um diretor muito bacana veio conversar comigo para entrar num projeto, em que eu teria de ir para o interior do sertão dali dez dias. Não fui. Depois de um tempo você é quem você é pelos seus nãos mais do que pelos seus sins. Vou te falar, é difícil.

J.P: Sofia está com 6 anos, né? O que você gostaria que ela estudasse?
CAUÃ: O que ela quiser. Sinto que ela tem um talento musical. Uma sensibilidade para a música. Está estudando piano.

J.P: Queria saber mais da sua vida… O que come, aonde vai, qual aplicativo mais usa no celular?
CAUÃ: Bom, quando durmo pouco, acordo mal-humorado. Gosto de comer japonês, uso o aplicativo Lumosity para memória… Tenho app também da bolsa de valores. Eu li aquele livro Pai Rico, Pai Pobre e desde que eu ganho US$ 20 por dia, guardo 20% do meu dinheiro.

J.P: Você sempre foi bem discreto com a sua vida pessoal, né?
CAUÃ: Eu sou de uma geração que a gente não falava, de quando as pessoas queriam saber. Hoje em dia todo mundo quer contar. Me dá um choque isso.

J.P: Mas no Instagram você está bastante ativo. Se sente pressionado em estar ali?
CAUÃ: Cara, não me sinto pressionado, mas já me senti refém sim. Demorei a entrar na era digital, fui rebelde. Durante uma época, peguei um time para me ajudar com isso, mas comecei a achar que não tinha a minha cara mais. Agora descobri o Stories, vou tirando fotos, publicando coisas que gosto. Por incrível que pareça, as pessoas que admiro também postam na hora que querem.

J.P: Você fica olhando o Instagram dos outros?
CAUÃ: Fico! Sigo minha mulher, gosto da Rita Wainer, sigo muita coisa de surfe, Marcelo Freire, um fotógrafo de Fernando de Noronha. Adoro Van Damme, Mickey Rourke, todos os heróis de ação de quando era menino. Stallone é muito bobalhão, é trash, mas é divertido. Gosto muito do Josh Brolin, ator gringo. Ele é divertidíssimo. Queria ter coragem de me mostrar assim…

J.P: Coragem de ser exibido?
CAUÃ: Isso, de ser exibido, ele é muito! Eu não sou exibido assim.

Cauã Reymond: capa e recheio da revista J.P de dezembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P
Sair da versão mobile