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Projota para a PODER || Créditos: Pedro Dimitrow
Projota para a PODER || Créditos: Pedro Dimitrow

“Falha na engrenagem do sistema”, como se define, o rapper paulistano Projota mostra que atitude, elegância, contestação e denúncia fazem boa figura na personagem de si mesmo

Por Aline Vessoni  / Fotos: Pedro Dimitrow / Styling: Henrique Turcatto

Mayday é o que dizem os pilotos quando a casa – melhor dizendo, o avião – está para cair. É esse também o nome da faixa que abre o novo trabalho de José Tiago Sabino Pereira, o Projota. O rapper paulistano de 32 anos exemplifica com a própria história a razão do “mayday”: “um cara que sai da periferia e vence é uma falha na engrenagem do sistema. O sistema não queria isso, não foi feito para isso”. Seu novo trabalho é uma mixtape, coleção de singles que um dia talvez se tornem um álbum. A cada 40 dias, mais ou menos, ele coloca um novo rap na praça.

Ok, não falo da nação, ei. Falo só sobre quem cuida da nação, tei. Se eu vencer, foi um descuido da nação, sei. Que eles mandam nisso tudo. Pensam que eles são rei. Se eles ouvir isso tudo, mano, nem sei. Vamo explodir isso tudo, mano, pensei. Sou uma falha na turbina da nação. Mayday, mayday, mayday, mayday, canta na nova música. Material com conteúdo fortemente político, o próximo single deverá falar das eleições. Para ele, a palavra é a ferramenta pela qual consegue mostrar sua indignação e reivindicar direitos, o que é uma tradição do rap. “Com 15 anos, quando eu escutei o rap, eu acordei. Despertou dentro de mim um leão querendo rugir, gritar, denunciar as coisas e reclamar do que estava me afetando. Por isso não paro. Outra pessoa, no meu lugar, podia se dar por satisfeito e estacionar, mas eu não consigo.”

A escrita o acompanha há tempos, e a música veio aos 11, quando começou a dedilhar o violão do irmão mais velho. Mas foi com o rap que tudo começou e, desde que escutou Racionais MC’s pela primeira vez, por volta dos 15, nunca mais parou de escrever suas rimas, seja para falar de amor, de injustiças ou sobre a vida.

O ano de 2009 é um marco: foi quando Projota começou a viver exclusivamente da música. Mas antes de chegar aí houve muita correria, com o “foco, força e fé” que precisou buscar dentro de si. Entre 2004 e 2009, ele gravava suas canções no quarto de casa, no bairro de Lauzane Paulista, na zona norte “com um microfone que custou R$ 150 e um computador velho”. Depois, é ele quem diz, “jogava na internet, gravava e vendia CDs na porta de show de outros rappers ou nos meus mesmo”. Profissionalizar sua arte, no entanto, não o afastou de sua essência. De lá pra cá, as finanças melhoraram, veio o hit matador “Ela Só Quer Paz”, mas Projota ainda conserva os mesmos amigos da infância, o gosto pelo videogame e o churrasco com a família. Sempre com o leão a rugir dentro do peito.

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