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Vitória Strada
Foto: Maurício Nahas

A cena é um clássico dos concursos de miss. A mestre de cerimônia pergunta à candidata como ela se vê daqui a uma década. A mocinha de 17 anos, que ostenta a faixa “Miss Ilha da Pintada” por cima do vestido de gala, diz: “Vejo conquistas e realização de sonhos”. Poderia ser uma resposta protocolar, mas ela vem de Vitória Strada.

Determinada, a gaúcha não apenas realizou o sonho de ser atriz, como conquistou papel principal em três novelas da TV Globo e venceu a “Dança dos Famosos”, o quadro mais popular da emissora. Segundo lugar só mesmo naquela edição 2014 do Miss Mundo Brasil.

“Do concurso para cá, conquistei muito mais do que imaginava. E quero mais!”, garante Vitória, hoje com 25 e preservando o olhar ambicioso da miss adolescente do cabelo armado de laquê, eternizada no vídeo que ainda circula no YouTube.

Não que tenha sido uma jornada fácil. Educada em um colégio militar de Porto Alegre, onde farda bem engomada e notas dentro da média no boletim eram obrigatórios, Vitória conta que só chegou tão longe por ter sido extremamente disciplinada.

“Minha rotina era chegar ao colégio, voltar para casa, tirar o uniforme e seguir direto para alguma sessão de fotos”, recorda a atriz, que desde os 12 trabalha como modelo.

“Sempre me senti no caminho contrário ao das meninas da minha idade. Enquanto minhas amigas de infância já ficaram bêbadas na balada, fizeram um monte de loucuras e hoje têm histórias divertidas para contar, eu não tenho”, reflete.

Vitória Strada
Foto: Maurício Nahas

“Sinto que agora preciso ter uma adolescência que não vivi. Quero me permitir ser mais doida, falar meio sem pensar… Fazer as coisas mais por prazer do que por dever.”

A meta autoimposta é recente e veio após algumas sessões de análise. “Outro dia, bebi uns golinhos de gim e fiquei completamente de pileque. Meus amigos riam da minha cara e eu explicava que era ordem da terapeuta”, diverte-se.

Vitória credita a jovem precocemente madura que se tornou não somente ao fato de ter sido educada em colégio militar. Diz que os pais, um casal de funcionários públicos, eram conservadores. “O senso de responsabilidade, a dedicação e a disciplina são valores que aprendi em família. Meus pais não são do tipo porra-louca, daqueles que permitem tudo. Sempre foram certinhos, regrados. O povo gaúcho, no geral, é mais conservador.”

‘Amor por ela me pegou’

No entanto, carinho e escuta familiar, acima de tudo, Vitoria diz que nunca lhe faltaram. Não foi diferente quando abriu para os pais que estava apaixonada pela atriz e produtora Marcella Rica, 30. As duas estão juntas há três anos e, desde junho passado, dividem o mesmo apartamento.

A sintonia entre nora e sogros foi amplamente comprovada em rede nacional, quando os três foram ao encontro de Vitória para comemorar com ela o momento da consagração na “Dança dos Famosos”. O beijo do casal, o abraço emocionado dos pais na filha e na nora naquele domingo de julho, foi celebrado pela militância LGBTQIAP+, que se viu representada no horário mais “família tradicional brasileira” da maior emissora do país.

“Fiquei feliz com as mensagens carinhosas que recebi, de gente que se emocionou. Mas também fiquei puta! Pessoas falando que fui ousada e corajosa, como se tivesse me arriscado por beijar minha mulher no momento em que estava ganhando um prêmio que eu queria tanto…”, afirma Vitória.

“Sei que sou privilegiada por ter uma família que me apoia, uma sogra que me ama. Mas sou exceção. Um monte de gente ainda vive os horrores do preconceito só por amar alguém.”

Acostumada   a   ser  a  mocinha  da  novela,  como  foi  em “Tempo  de  Amar”  (2017),  “Espelho da  Vida”  (2018)  e  “Salve-se  Quem  Puder” (2020), ela quer mais: sonha com uma personagem  “estranha,  desafiadora  e  totalmente diferente” das que já interpretou. 

Foto: Maurício Nahas

“Quando você ama o que faz, não  tem um  ponto  limite.  Acho  que  não cheguei nem em 0,5% de tudo que quero.  Mas  estou  aprendendo  a  me  dar parabéns, a não me cobrar tanto.”

A entrevista completa com Vitória Strada você confere na nova edição da revista J.P, que já está nas bancas.

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