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Por Roberta Sendacz

“São principalmente os amantes que trocam as suas lágrimas… é todo um jogo sutil de lágrimas recolhidas, lágrimas arrancadas…”. Esse é um pequeno trecho do livro “História das lágrimas”, de Anne Vincent-Buffault, que vincula o choro com as leis do amor e da paixão. É bastante divertido. Por exemplo, no século XIX, uma mulher chorar em público significava rebaixar-se a uma classe inferior. Virar povo.  Era feio mostrar os sentimentos, abrir-se na frente dos outros.

Existe outra relação interessante: admirar e chorar são funções nobres, respeitam a bondade e a sensibilidade do coração, enquanto a capacidade do riso está vinculada a um comportamento da burguesia (é perverso). Geralmente, as declarações de amor recíprocas ocorrem através de trocas de lágrimas. E quando elas são masculinas, diz a autora de “História das lágrimas”, provam realmente a sinceridade do sentimento amoroso. Diz-se ainda que a fusão das almas só se da com a profusão de lágrimas.

Ao contrário, a grande figura do libertino na literatura é oposta a do homem apaixonado, sensível. Ele age como um vampiro. Arranca lágrima alheias e não retribui com o seu amor e carinho. Sabe seduzir as mulheres e depois as abandona. A crueldade está nos galanteios. É o caso de Don Juan.

As lágrimas ainda são estratégicas!

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