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Elenco e equipe de "A Paixão Segundo Nelson"
Elenco e equipe de “A Paixão Segundo Nelson” || Créditos: Divulgação
Elenco e equipe de "A Paixão Segundo Nelson" || Créditos: Divulgação
Elenco e equipe de “A Paixão Segundo Nelson” || Créditos: Divulgação

Depois de temporada no Rio, estreia em São Paulo nesta quinta-feira, no Teatro Bradesco, “A Paixão Segundo Nelson – Uma Farsa Brasileira”, com colagens de textos do escritor e canções de Zeca Baleiro. Do elenco, fazem parte nomes como Vanessa Gerbelli e Jarbas Homem de Mello. Fomos conversar com os três sobre o espetáculo. Vem ler! (por Michelle Licory)

Glamurama: O que Nelson Rodrigues tem de mais genial, na sua opinião?
Zeca Baleiro: “A ironia. E a capacidade cronista de observar o mundo e as pessoas com esse olhar irônico, sagaz.”
Vanessa Gerbelli: “Acho que o Nelson retrata a hipocrisia da nossa sociedade como ninguém. Denuncia a fraqueza da nossa consciência diante dos nossos instintos com ousadia, com ironia e provocação.”
Jarbas Homem de Mello: “O que mais me fascina em Nelson é que ele coloca a tragédia humana no lar do homem comum, suburbano, na vida cotidiana. Mostra o ser humano do lado avesso.”

Vanessa Gerbelli || Créditos: Divulgação
Vanessa Gerbelli || Créditos: Divulgação

Glamurama: De todas as facetas de Nelson, seria o fato do sexo continuar como um tabu o motivo para ele continuar tão atual e popular?
Zeca Baleiro: “Seria um fato. Mas há outros. Ele continua atual porque o pensamento dele era muito lúcido e permanente, à margem de ideologias.”
Vanessa Gerbelli: “Acho esse um dos ingredientes, mas Nelson fala de instintos, de moral, de preconceitos e das instituições de um modo geral de forma muito inteligente, irônica.”
Jarbas Homem de Mello: “O sexo, apesar de hoje em dia estar à mão de quem quiser ou tiver curiosidade, nos aparelhos eletrônicos, nos apps, nos sites ou até nas redes sociais, continua, sim, sendo um tabu. Talvez pelo fato de ser mostrado de maneira tão clara e aberta, esse desejo comum do humano ainda seja tão instigante e controverso.”

Zeca Baleiro || Créditos: Reprodução/ Facebook
Zeca Baleiro || Créditos: Reprodução/ Facebook

Glamurama: A paixão segundo Nelson é…
Zeca Baleiro: “Aqui a paixão tem duplo sentido: é paixão de entrega amorosa, mas tem também um significado, digamos, ‘bíblico’ – de martírio, de travessia doída, de sofrimento.”
Vanessa Gerbelli: “O que me parece é que o amor, aquele desinteressado, não existe nas histórias do Nelson…E a paixão sempre termina em sofrimento.”
Jarbas Homem de Mello: “Na minha opinião, o escritor vê o amor e a paixão de forma visceral e definitiva, ou como ele mesmo disse: ‘Sem paixão, não se chupa nem um Chicabon’.”

Glamurama: Por que fazer esse projeto?
Zeca Baleiro: “Primeiro porque sou apaixonado pela prosa rodriguiana. E também gosto muito dessa atmosfera musical charmosa dos anos 50. Por isso eu e a Débora Dubois, diretora, resolvemos juntar as duas coisas.”
Vanessa Gerbelli: “Quando soube que eram crônicas do Nelson e músicas de Zeca Baleiro, pensei que não tinha como dar errado e que queria fazer. Sou fã do Zeca e acho que ele tem uma força como compositor que dialoga muito bem com a força do Nelson. Ambos são irônicos, inteligentes, afiados, engraçados, apaixonados, tristes. O desafio maior foi ensaiar enquanto gravava a novela [‘Malhação’]. Isso foi cansativo e atrapalhou um pouco o processo e os colegas.”
Jarbas Homem de Mello: “Por ser um musical, com as musicas originais do Zeca Baleiro… Achei que essa combinação seria acertadíssima, e de fato foi. O espetáculo é ágil, moderno, leve e ao mesmo tempo contundente! É Nelson na veia.”

Jarbas Homem de Mello || Créditos: Divulgação
Jarbas Homem de Mello || Créditos: Divulgação

 

 

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