Zé Celso Martinez comemora 80 anos no Oficina com “Bacantes”

Sessão de “Bacantes” em especial aos 80 anos de Zé Celso || Créditos: Reprodução Instagram

O Teatro Oficina, em São Paulo, foi palco na noite dessa quinta-feira para noite emocionante: sessão especial da peça “Bacantes” em comemoração aos 80 anos de Zé Celso Martinez. A tragédia grega de Eurípedes retrata a morte e o renascimento de Dionísio, deus do teatro, do vinho e do Carnaval, e entrou em cartaz com nova montagem em outubro de 2016, 20 anos depois de sua estreia no mesmo teatro. A montagem do Oficina de um de seus maiores sucessos reconta a história como em um rito carnavalesco repleto de referências brasileiras. Abaixo, cliques do espetáculo e vídeo publicado por Mana Bernardes com cena da peça que mostra encenação de Zé Celso, que também é diretor da peça, e se uniu a um time de 70 artistas para o espetáculo.

Sessão de “Bacantes” em especial aos 80 anos de Zé Celso || Créditos: Reprodução Instagram

A maior doença dos nossos tempos é a falta de ritual. Todos os céus, os deuses, as árvores suspeitam de quem não faz ritual. Dentro do coração do caos de São Paulo existe um homem que vê, sente, devora e é devorado com centenas de olhos que estão vendo muito mais do que nossa sociedade adormecida. Ontem entrei nesse Templo Teatro Oficina porque esse homem: José Celso Martinez Correa comemorou o infinito de OITO décadas. Só digo uma coisa todos os meus chácaras se abriram: sou uma bacante não só de coração, sou uma bacante de buceta, pernas, braços, cu, barriga, bunda, vísceras, músculos, veias, ossos, tecidos, pele, órgãos. Sou uma bacante porque só de ver o infinito do Zé em cena com cada movimento humano daqueles, cada pessoa, cada corpo livre: já me coloquei num novo corpo: um corpo humano-político-provocativo da arte-função. Nunca vi além de tudo um texto tão atual. Cheio de mandingas e vocabulário esperto-lírico das quebradas. Zé Celso é dos meus pais, viveu uma linda história de amor com minha mãe onde ele ensinava a ela a pluralidade do corpo prazer e ela ensinava a ele sobre o ar invadir o corpo, sobre respiração do jeito mais profundo. Eles se curaram de algumas coisas juntos, de mãos dadas no exílio, na Europa dos anos setenta. Ontem no meio da cena ele me deu aquela mão enorme viva e me disse: filha da Rute, totalmente. Senti muito orgulho de ser filha da minha mãe: desse universo inteiro.

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