Depois de ter admitido, no começo do mês, que errou feio ao acreditar que o momento era bom para investir em ações de empresas aéreas, Warren Buffett acelerou o processo de venda dos papéis dessas companhias que tem em seu portfólio de investimentos e que comprou logo no começo da crise do novo coronavírus, quando a queda generalizada do valor de mercado da maioria delas causou pânico nos mercados mundiais e fuga em massa de investidores nem tão ricos ou bons de cálculo quanto o Oráculo de Omaha.
Buffett, de 89 anos, também vendeu recentemente ações que mantém há tempos intactas em sua carteira, como as do banco de investimentos Goldman Sachs, apesar da certeza de que em tempos de instabilidade econômica instituições financeiras geralmente são portos seguros. Em tempo: o bilionário continua sendo um dos maiores acionistas do GS, apesar de ter diminuído sua participação no banco.
Um dos principais personagens da última grande crise global, a de 2008, da qual saiu como um herói, Buffett tem se mantido relativamente quieto sobre a atual e até agora não deu sinais de que pretende fazer nenhuma grande movimentação. A Berkshire Hathaway, que tem mais de US$ 137 bilhões (R$ 784,5 bilhões) em caixa e controla os negócios dele, vira e mexe é citada como a provável “predadora” de alguma grande empresa em situação difícil, mas por enquanto ainda não se mexeu nesse sentido. (Por Anderson Antunes)