Wado podia ser jornalista, mas virou promessa da nova geração da MPB

Por Thayana Nunes

Formado em Comunicação Social, Wado está na estrada há 12 anos… Como músico! Tem sete discos lançados e é da mesma geração de Marcelo Camelo, Lucas Santtana e Cícero. Acaba de lançar o disco “Vazio Tropical”, influenciado pelo som de Camelo, produtor responsável pelo projeto. Antes de concorrer ao Prêmio Multishow em setembro, na categoria de Melhor Música Inédita, gravar um novo CD – desta vez com Zeca Baleiro – e partir para mais uma turnê pela Europa, Wado conversou com Glamurama sobre como é ser músico no Brasil, o título de “melhor artista de sua geração” e mais.

– Você tem sido chamado por muita gente como o melhor músico da nova geração. “Eu não acho. Se achasse seria um problema. Acho que sou bom, mas não o melhor. Fico feliz com o carinho das pessoas.”

– Nunca quis exercer a profissão de jornalista? “Terminei o jornalismo em 2001. No dia em que eu peguei meu diploma, corri para a rodoviária e comprei uma passagem para o Rio. Já compunha, tinha interesse pela música e fiquei 40 horas dentro de um ônibus e cheguei lá. Fiquei 4 anos sem trabalhar como jornalista. Mas já escrevi em caderno de cultura, trabalhei de diagramador para a ‘Gazeta de Alagoas’… Na verdade, de vez em quando pego alguns livros para diagramar.”

– E sobre as críticas que associaram demais seu som ao de Camelo… “As pessoas têm bode com o que funciona no mercado. Para mim, o Camelo é o grande cara da minha geração. Somos amigos desde 2001, mas minha composição é bem diferente da dele. Não concordo com o que dizem às vezes. O Camelo tem uma assertividade na música jovem e no mercado. Ele me ajudou com uma certa doçura e até mesmo com uma certa feminilidade.”

– Seu show de lançamento do álbum no Sesc Pompeia teve as entradas esgotadas antecipadamente. Como foi cantar com Fafá de Belém? “Conheci a Fafá em cima do palco. Tem duas músicas que canto que é a ‘Tarja Preta’ e ‘ Fafá’, canto as duas emendadas. Tem uma parte que digo“Fafá chega e vem cá”. E foi assim que ela entrou no palco comigo. Conheci ela ali, naquela hora. Ela é o máximo. Acho positivo dialogar com músicos que a gente gosta. Essas coisas ajudam a gente.”

– Como você cria letras tão poéticas? “Sou fuleiro no meu dia a dia. Não tenho esse compromisso de ficar no estúdio, a canção vai acontecendo. Tenho que até forçar um pouquinho de vez em quando. Ando com um bloquinho para anotar o que não posso esquecer. Na semana passada estava assistindo um programa sobre a música de Nova Orleans, ‘The Black Cap’, e anotei algumas coisas.”

– O que está escutando hoje? “Bandas como Fleet Foxes, Phoenix… Descobri esses dias que os músicos do Daft Punk e do Phoenix formavam uma mesma banda, e depois se separaram. De Brasil, gosto muito do Cícero, o primeiro disco dele, e o Silva, músico do Espírito Santo.”

– Se tivesse que escolher uma trilha sonora da sua vida, o que seria? “Axé music. Minha memória afetiva é com a Banda Reflexos, Banda Mel, Timbalada… Essas coisas. Aquele axé bem do início.”

Aproveite para ouvir o disco “Vazio Tropical” na íntegra:

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