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Valesca se abre para a Revista J.P de setembro
Valesca se abre para a Revista J.P de setembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P
Valesca se abre para a Revista J.P de setembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P
Valesca se abre para a Revista J.P de setembro || Créditos: Maurício Nahas / Revista J.P

Elegante desde a chegada ao estúdio, a funkeira vestiu lindamente o figurino, falou de amor, do filho, dos popofãs e da neve na Suíça… Aqui, ela mostra por que se tornou a rainha do badalo no mainstream

Por Paulo Sampaio para a Revista J.P de setembro

 Ah, se todas as estrelas fossem como Valesca Popozuda! A rainha de “Beijinho no Ombro” é um sonho de civilidade. Muito pontual, ela chegou ao estúdio um pouco antes da hora marcada, se sentou com a maior dignidade no sofá do camarim vazio e aguardou em silêncio a equipe da revista. À medida em que as pessoas chegavam, e o ambiente se tornava movimentado, ela foi entrando no clima sem necessitar de nenhum “rito de passagem”. Pedimos desculpas por fazê-la esperar, ela respondeu que estava tudo bem, que tinha vindo a São Paulo também para gravar um programa de TV e acabou ficando livre para nós mais cedo.

“A simplicidade é o cartão de visita dela. Todo mundo fica encantado. Mas, ao mesmo tempo, atrapalha quando eu proponho coisas novas. Ela se sente como se tivesse ‘incomodando’”, conta o empresário Leandro “Pardal” Gomes, 36 anos, que há uma década e meia acumula as funções de pai do filho da cantora, Pablo, 15 anos, produtor dos shows dela, autor da maioria das músicas e gênio por trás dos clipes. Pardal acompanhou e, de certa forma, foi o mentor da transição profissional de Valesca, da época da Gaiola das Popozudas para o deslanche da carreira solo.

Responsável por convocar o tigre que participa do clipe do beijinho (“achei que faltava alguma coisa…”), por agregar a imagem da musa à de Lula (ela posou para a “Playboy” beijando a foto do presidente) e lançá-la como madrinha de bateria, ele se orgulha de seus diferenciais em relação aos outros empresários do funk. Conta que não mantém perfil nas redes sociais e prefere não olhar para o mundo do showbiz no Brasil para evitar cair na mesmice. “Não tenho problema em dizer que minhas referências são a Madonna, o Jay-Z (marido de Beyoncé), o Kanye West (de Kim Kardashian) e o (DJ) David Guetta”.

Tipo muda

Assim, quando o maquiador cumprimenta Valesca, acende as luzes em torno do espelho do camarim e mostra no celular fotos de Beyoncé e Kardashian, dizendo que pretende fazer algo naquela linha, ela fica tipo muda. O silêncio agora não é apenas educado, mas reverencial. Emocionado. “O que você acha?”, pergunta o maquiador. E ela: “O que eu acho? O que eu posso achar? Eu acho o máximo”. Em pessoa, Valesca Popozuda é grande, cadeiruda, cenográfica. Pelo tamanho, ela parece um ser distante da vida real, com dimensões próprias para palco. Ainda assim, a cantora garante: “Quase não como”. Diz que os tempos de malhar para ficar “grandona” (levantava 240 quilos no leg press) e se encher de clara de ovo e suplementos tipo “whey protein” passaram. “Tem uma hora que cansa. E, também, você vai se adaptando ao próprio corpo, aceitando a celulite. Eu continuo sendo popozuda”, lembra ela, que, malhando ou não, conta com 350 ml extras – de silicone – na retaguarda.
Como todo ícone viralizado na internet, Valesca Popozuda surpreende no tête-à-tête. O impacto maior acontece quando o mulherão passa a expor o conteúdo de garotinha. Diz que adora ver TV à tarde, gasta horas conversando com os popofãs e que na turnê que fez na Suíça só pensava em ver a neve: “Quando ela caiu, eu saí do hotel e fiquei jogando para cima, parecia criança”. O microfigurino composto de shortinho barra top não combinava com a temperatura, mas, claro, o show incendiava qualquer suíço. Era casa lotada direto. “O lugar era grande, tipo Barra Music, já foi?”

A essa altura, Valesca Popozuda deve estar rica. “Olha, eu estou bem. Penso muito no futuro porque passei por coisas que não quero mais passar.” Nascida na Abolição, subúrbio carioca, ela arrumou um emprego de frentista de posto de gasolina em Del Castilho, onde sempre a convidavam para fazer show. “Funk todo mundo sabe dançar né? Um dia, eu topei. As apresentações eram na Rocinha e no Complexo do Alemão. Depois de dois anos no (grupo) Gaiola das Popozudas, fui me destacando”. Valesca garante que não havia competição entre as popozudas. Será que a ex-frentista teve de fazer algo que não quisesse para se destacar? “Graças a Deus, nunca precisei sentar no colo de ninguém. Sempre corri atrás”.

Em outros tempos, Valesca Popozuda provavelmente seria crucificada pelas feministas, por explorar o próprio corpo numa gaiola. Agora, a cantora de hits como “Minha Poussey É o Poder” e “Quero Te Dar” leva sua palavra libertária a grupos de mulheres que não têm facilidade para falar de sexo. Não que ela tenha. Valesca não faz o tipo “ficante” serial, muito menos espalha com quem transa ou conta o que faz na cama. Namora há um ano e meio o empresário Diógenes David e mantém com ele uma relação estável. Mas já que o povo acredita na imagem que ela passa, não custa ajudar: “Essas mulheres dizem que minhas músicas abriram seus olhos, e que a partir disso elas correram atrás dos seus direitos. Dou força. Digo a elas para assumirem o controle do próprio corpo e do próprio destino”. A funkeira também virou tema de tese universitária e musa do público gay. Antes de posar para o ensaio da J.P, ela deu entrevista para o canal gay do YouTube Põe na Roda. “Eles fizeram 24 perguntas hilárias, bafo!”, conta. Uma delas: “Axé ou Cher?” E ela: “Ai, gente, eu sou muito eclética. Eu gosto das duas coisas! Gosto de tudo!”. Ivete Sangalo, que recebeu Valesca em seu trio no último Carnaval, diz a J.P: “Eu gosto do carisma dela, é maduro”.

Chegar perto da funkeira agrega. Caetano Veloso já posou para foto com ela, e Gilberto Gil deu um tapinha em seu popô num programa de TV. Até Teresa, personagem de Fernanda Montenegro em “Babilônia”, mandou beijinho no ombro. O presidente do Senado, Renan Calheiros, usou a expressão para pedir “sensatez e serenidade” no enfrentamento da crise (e haja beijinho, Calheiros). Com tanto badalo, o filho dela, Pablo, é só orgulho de mamãe Popozuda. Valesca diz que não, ele nunca sofreu bullying por ser filho de um símbolo sexual. “Outro dia a professora ‘encomendou’ a ele uma porção de autógrafos.” Na educação do garoto, ela procura mostrar que nunca teve “moleza” na vida. “Fico no pé, falo que a única obrigação dele é estudar”. Pablo frequenta um colégio próximo à casa deles, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Não é um excelente aluno, mas se esforça porque, se não passar, perde a viagem de fim de ano para Orlando. “A gente sempre vai para lá”. Se Pablo passar, será a oitava vez. Valesca diz que o filho não é exibido, “está até mais para tímido”. “Mas eu também sou quieta”. Oi? O furacão do funk sofre de preguiça: “Domingo ela sempre ataca”. Mas, por enquanto, tem sido derrotada na base da chave de popô. “Na hora do show, rola uma explosão”.

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