Caso raro de marca de moda que conseguiu aumentar a receita em plena pandemia, a Dr. Martens cogita abrir seu capital na bolsa de valores de Londres neste ano. Com receitas de £ 318 milhões (R$ 2,31 bilhões) entre abril e setembro do ano passado, um resultado 18% maior do que o registrado no período anterior, a tradicional fabricante de sapatos britânica conseguiu vender nada menos que 5,5 milhões de pares nos seis meses de 2020 em que a crise do novo coronavírus mais afetou suas concorrentes. Para efeito de comparação, entre abril e setembro de 2019 o total de pares vendido pela Dr. Martens foi de 4,8 milhões.
Bastante popular entre os fashionistas, a Dr. Martens – fundada em 1947 pelo médico alemão Klaus Märtens – se popularizou no começo dos anos 1960, com o lançamento das botas “1460”, que conquistaram roqueiros como Pete Townshend e os integrantes do The Who. Os coturnos da Martens passaram a fazer parte do uniforme dos integrantes do movimento punk e nunca mais saíram de moda. Comprada em 2014 pela firma de investimentos britânica Permira, em um negócio € 380 milhões (R$ 2,46 bilhões), a marca passou por uma reestruturação desde então na qual se priorizou a venda direto por canais de e-commerce em mais de 60 países, o que explica seu sucesso durante a quarentena. Isso sem falar que versões de seus coturnos e sapatos pesados apareceram em quase todas as coleções de grandes labels internacionais. (Por Anderson Antunes)