Luciana Pessanha, colaboradora de texto de novelas como “Avenida Brasil” e “Babilônia”, lançou o livro “Que Tipo de Homem Escreve uma História de Amor?”, nessa terça-feira na Travessa de Ipanema, no Rio. Por lá, recebeu João Emanuel Carneiro, Ricardo Linhares, Rodrigo Penna, atrizes e amigos. A obra – com pitadas de humor ácido – é sobre um jornalista de TV que ganha relativamente bem, mas está insatisfeito com seu trabalho. Um dia ele perde a paciência, solta um palavrão no ar, é demitido. Pra completar, ainda fica sem a namorada. Desempregado e sozinho, decide escrever um livro. Glamurama bateu um papo com a escritora. Vem ler aqui embaixo! (por Michelle Licory)
Glamurama: Afinal: que tipo de homem escreve uma história de amor?
Luciana Pessanha: Parece que muitos. Desde que começou a onda de lançamento do livro, vários deles me dizem: ‘Eu sou um homem que escreve uma história de amor!’ É uma notícia alvissareira para as mulheres e para a humanidade como um todo, acho, em tempos de Tinder. Mas no caso, o “homem” que escreve uma história de amor sou eu, escondida atrás do meu personagem, Daniel.
Glamurama: De onde veio a inspiração para esse livro? E o projeto demorou quanto tempo?
Luciana Pessanha: Muitos e muitos anos. Começou na miséria absoluta, quando eu não tinha uma ideia que prestasse há tempos e resolvi fuçar meus cadernos antigos de anotações. Quando não gostei de nada do que encontrei, Daniel, meu narrador, veio ao meu socorro. Verônica, outra personagem da história, por sua vez, veio salvar Daniel da solidão, e o livro foi se erguendo.
Glamurama: O livro tem “pitadas de humor ácido”, que sobravam em “Avenida Brasil”, novela da qual você era uma das colaboradoras. Isso é uma característica do seu estilo? Vai de alguma forma procurar colocar esse recurso também em “Babilônia”?
Luciana Pessanha: Acho que sim, esse humor vem comigo e aparece por onde eu ando.
Glamurama: O que é mais difícil e o que é mais prazeroso, escrever um livro sozinha ou colaborar para uma novela?
Luciana Pessanha: Tudo é difícil e tudo é prazeroso. Colaborar em novela tem um imediatismo e um volume gigante de trabalho que permitem muita experimentação. Você vai ousando um pouquinho a cada dia, testando limites. Além de poder contar com camadas e camadas de talentos que se juntam ao seu trabalho para melhorá-lo. Os autores, os diretores, os atores… Novela é uma obra coletiva mesmo. No livro, a culpa é toda minha. Para o bem e para o mal. Todas as qualidades e falhas são diretamente creditadas a mim, não tenho a quem culpar. E se você olhar bem a história da humanidade, vai perceber que lidar com a liberdade é para os fortes. Tem momentos em que a coisa complica. Afinal, se não ficar bom, a responsabilidade é de quem?
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