Cinéfilo, se prepare. Acontece entre os dias 26 de julho e 2 de agosto em São Paulo a 12ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano, que terá como homenageado o brasileiro o cineasta Beto Brant. Com curadoria e direção de Jurandir Müller e Francisco Cesar Filho, a edição leva a 26 pontos culturais nas cidades de São Paulo e Campinas uma programação que reúne obras da América Latina e Caribe, incluindo títulos inéditos no Brasil.
No total, são 102 filmes representando 18 países da região: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Abaixo, Glamurama lista filmes de oito países imperdíveis do festival para uma imersão no melhor da safra atual do cinema latino-americano.
ARGENTINA/URUGUAI
“O Candidato”, de Daniel Hendler (2016 – 84 min). O segundo longa do diretor uruguaio, o filme foca em um líder político com fachada carismática, brilhante e comprometida. Seus assessores, reunidos em sua casa de campo, desenham seu perfil sem descanso, ainda que alguns tenham chegado até ali para acabar com as fantasias do candidato. Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Miami, o filme tem como representante confirmado no festival em São Paulo seu protagonista, o ator Diego de Paula. Assista ao trailer aqui.
BOLÍVIA/CATAR
“Viejo Calavera”, de Kiro Russo (2016 – 80 min). Temática jovem dá o tom do filme, que se passa em povoado onde vive um rapaz que perdeu o pai e costuma beber nos karaokês e nas ruas, se metendo com frequência em encrencas até que encontra trabalho em uma mina, onde conhece histórias obscuras sobre seu passado. O longa marca a estreia do diretor Kiro Russo e venceu o Festival de Cartagena. Seu produtor, fotógrafo e montador Pablo Paniagua é presença confirmada em São Paulo.
BRASIL
“Ilú Obá de Min – Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra”, de Beto Brant. Obra que documenta o desfile do bloco IIú Obá De Min em homenagem à cantora Elza Soares, que aconteceu no Carnaval de 2016. O bloco toma as ruas de São Paulo exaltando a cultura afro-brasileira com danças e os cantos em yorubá dos terreiros de Candomblé e de diversas manifestações da cultura negra. Durante o festival, Beto apresenta também o longa “Zócalo”, codirigido por Carol Quintanilha.
Pré-estreia de “Corpo Elétrico”, de Marcelo Caetano (Brasil, 2017 – 94min). O longa propõe olhar inventivo sobre jovens trabalhadores da cidade de São Paulo que discute o afeto, a homossexualidade e a situação de imigrantes. Assista ao trailer aqui.
COSTA RICA
“O Som das Coisas”, de Ariel Escalante (2016 – 78 min). O longa marca a estreia de Ariel Escalante como diretor e focaliza enfermeira que domina a adrenalina, controla as emoções e salva-vidas. Porém, em sua casa é tudo diferente: há um quarto a desocupar e é preciso encontrar um novo companheiro de apartamento. Entre as aflições de sua tia e o reencontro com um velho amigo, ela vivencia os sons de sempre – a rua, a chuva, os vizinhos distantes. Inédita no Brasil, a obra ganhou prêmio especial do júri no Festival da Costa Rica e do prêmio Kommersant Weekend no Festival de Moscou. Mariana Murillo Quesada, produtora do filme, acompanha as projeções durante o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
COLÔMBIA
“Os Ninguéns”, de Juan Sebastián Mesa (2016 – 84 min). O longa rendeu ao diretor, destaque no cenário atual do cinema colombiano, o prêmio do público da Semana da Crítica do Festival de Veneza. Inédito no Brasil, o filme aborda amores, ódios, promessas quebradas e cinco meninos de rua que se conhecem em meio a uma cidade hostil. Juntos, encontram na arte de rua e na música um local onde se refugiar e oportunidade para escapar. Juan Sebastián Mesa marca presença no festival.
CHILE
“Más Companhias”, de Claudia Huaiquimilla (1987, 2016 – 90 min). Acompanha um adolescente que, depois de cometer mais um delito, é enviado pra morar com seu pai no campo, onde faz amizade com um tímido jovem da etnia mapuche. O ator Ariel Mateluna, do elenco do filme, inédito no Brasil, é presença confirmada no festival.
PERU
“Wik”, de Rodrigo Moreno del Valle (2017 – 77 min). O longa retrata um verão de três jovens de classe média em um bairro entediante de Lima, no Peru. Na ânsia de quebrar a rotina e fazer alguma coisa com o tempo, acabam unindo-se a vizinhos problemáticos. O longa marca a estreia do cineasta del Valle, que marca presença na abertura do festival, e é inédito no Brasil.
VENEZUELA
“Belén”, de Adriana Vila Guevara, que tem como foco a personagem que dá nome ao filme, representante da cultura negra ancestral. Uma mulher simples apresentada como guerreira imortal de batalhas cotidianas, mestra e artista do bambu, além de ponte da diáspora afro-americano. Inédito no Brasil, o filme venceu o prêmio do público no Festival CaracasDoc.
*Paralelamente ao evento acontece a 10ª edição da competição Mostra Escolas de Cinema Ciba-Cilect, a 5ª edição do projeto DocTV Latinoamérica – primeiro programa de apoio à produção e teledifusão de documentários latino-americano, e a primeira edição da Latininhos, programação voltada para o público infantil que acontece no final de semana dos dias 29 e 30 de julho, no Memorial da América Latina. E tem mais: pela primeira vez, o festival sedia, em parceria com a empresa Art Shine, a Feira Gastronômica Latino-Americana. A iniciativa acontece no mesmo local e 00data que o Latininhos e reúne comidas típicas de diversos países da região.