Tunga, um dos mais potentes criadores da arte contemporânea brasileira, morreu em junho passado, aos 64 anos, deixando pronta aquela que seria a sua próxima exposição. A Galeria Millan dá continuidade aos planos do artista e inaugura neste sábado, em seus dois endereços na Vila Madalena, a mostra Pálpebras, reunindo um conjunto de mais de trinta trabalhos inéditos ou pouco vistos no Brasil.
Na sede mais antiga da Millan poderão ser vistos os Phanógrafos, peças derivadas da série Cooking Crystals (2010). Pouco exibidas desde então, são caixas que servem como recipiente, ou suporte, para assemblages de diferentes objetos e materiais, como garrafas, cálices, âmbar, pedras ou elementos escatológicos. Objetos que, segundo Tunga escreveu, têm “algo de talismã”, se “configurando como uma lamparina”. Já no Anexo, novo espaço inaugurado no ano passado, será exposta a série das Morfológicas, esculturas orgânicas que remetem ao corpo, sensuais, por vezes surreais e muitas vezes eróticas – lembrando vulvas, glandes, bocas e seios.
“Certamente não será uma mera exibição de peças. Nós estamos elaborando os espaços de forma a potencializar ao máximo a mostra. O trabalho de Tunga estará na atmosfera e não apenas fisicamente em suas criações”, explica André Millan, que há exatos 30 anos, em 1986, realizou a primeira exposição do artista pernambucano. Um verdadeiro must see!
Pálpebras
Exposição: de 18 de outubro a 12 de novembro
Terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 18h
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho, 1360
Vila Madalena – São Paulo
Tel: (11) 3031.6007