Claude Troisgros, em uma ida a Curitiba, quase por acaso foi apresentado ao hospital infantil Pequeno Príncipe. Emocionado, decidiu virar padrinho da instituição e tem promovido jantares beneficentes em Nova York, Paris, São Paulo e no Paraná, claro! E chegou a vez do Rio, nessa quinta-feira. A edição carioca foi no Copacabana Palace e contou com a participação de Roberta Sudbrack, Thomas Troisgros [filho de Claude], Helena Rizzo, Dominique Gerin e Gérald Passédat, três estrelas no guia Michelin [restaurante Le Petit Nice], que veio especialmente da França para o evento.
* “Conheço o Gérald há uns 40 anos. É uma longa história de amor”, entregou o anfitrião. “Já trabalhamos juntos na França. Ele passou, há muito tempo, pelo restaurante da minha família [em Roanne]. Depois nos encontramos várias vezes pela vida. Ele já cozinhou em São Paulo e em uma ocasião especial lá no Olympe [seu restaurante mais sofisticado, no Jardim Botânico]”, contou Claude. Comentamos que fomos espiar os dois em ação na cozinha do hotel e reparamos em expressões de tensão neles, em volta de um mesmo prato, a entrada fria assinada por Gérald. “Imagina… Era só uma questão de afinação”, disfarçou. Mais tarde, foi a vez de Sudbrack pedir para trocar o tipo de louça escolhida para servir a sua criação: uma costelinha de porco com mel de abelhas nativas de comer de joelhos. Artista é assim, glamurette.
* A gente foi conversar com ela. “Tenho muita simpatia por coisa com causa. Fui visitar o hospital também e fiquei muito envolvida. Criança doente, né? Não deveria existir. Participo desde a primeira edição com o Claude. Mesmo quando não tenho agenda, dou um jeito. Uma operação tipo James Bond, como hoje [ela precisava correr para uma premiação de gastronomia na mesma noite]. Escolhi uma receita simples, bem na linha do que faço, bem brasileira. Ao mesmo tempo, tem a delicadeza do mel de abelhas nativas, com uma acidez interessante. O que uso vem do Maranhão. É um produto que a gente precisa prestar mais atenção. Assim como o queijo de Minas, tem dificuldades de transporte, limitações quanto à certificação. Se não fosse isso, poderíamos estar consumindo mais na gastronomia, ajudando os pequenos produtores.” Estava uma delícia!
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