Traição em Hong Kong

Além de moderninha, ex-namorada do escritor que era escritora J.T. Leroy, e musa do cinema underground, Asia Argento é sexy. Existe um termo comum no cinema para designar estrelas chamado star quality, que se encaixa perfeitamente nela. Por motivos que não sabemos explicar, a presença de algumas pessoas na tela nos hipnotiza, e por mais que nos seja oferecido, nunca é o suficiente. 

É o caso da moça. No filme “Traição em Hong Kong”, de 2007, do diretor Olivier Assayas – mesmo de Paris, je t’aime -, ela é Sandra, uma mulher de passado incerto, que já trabalhou como garota de programa, já teve um caso com um empresário milionário, trabalha no cais do porto numa empresa de importação de móveis de um casal chinês, e se aproveita da facilidade para fazer tráfico internacional de drogas.

Logo no início do filme Sandra encontra Miles, intrepretado por Michael Madsen, o milionário ex-amante que agora está quebrado, e os dois rememoram o passado, onde fizeram loucuras. Nas cenas dos dois existe sempre um clima tenso e a promessa de que a coisa vai pegar fogo. Tudo leva a crer que vamos assistir a um triller erótico com cenas de sadomasoquismo, mas por caminhos que só a dramaturgia conhece – ou no caso de Assayas que também é roteirista, desconhece -, Sandra começa a ter um caso com Lester, o ator Carl Ng, tem que fugir para Hong Kong e o filme degringola, virando um triller de perseguição.

Mesmo assim, “Traição em Hong Kong” ou talvez Asia Argento prende a atenção até o final, ainda que não saibamos a motivação de nenhum dos personagens e tudo pareça sem sentido. Vale para ver a moça dando um show de lingerie e saltos altos, com uma arma na mão.

 

 

 

Por Luciana Pessanha

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