Tony Ramos é o misterioso Zé Maria em “A Regra do Jogo”, substituta de “Babilônia”, que estreia nesta segunda-feira na faixa das nove da Globo. E foi o primeiro a chegar na festa da novela, essa quinta, no clube carioca Costa Brava. “Sou pontual, claro. É mais fácil viver assim, mas não fico irritado com o atraso das pessoas. Não fico vigiando a vida de ninguém. Cada um tem seu temperamento. Mas eu chego cedo e, depois da hora certa, vou embora – cedo também”. A gente bateu um papo com o ator por lá. Vem ler! (por Michelle Licory)
“Ótimo para o espectador e para mim”
“Gosto muito de trabalhar em obra aberta. O meu fascínio é esse. Agora interpreto esse homem que fez de tudo um pouco na vida… Foi mecânico, cuidava de um pequeno bar, de pequenas construções. Quando a novela começa, ele está nessa fuga, o tempo inteiro. Acho isso ótimo para o espectador e para mim. Mas quem ele é? Será que ele quebrou alguma regra? Será que ele foge do grupo de criminosos [na história, existe uma facção superperigosa] por quê? Será que ele foi testemunha de algo e por isso tem que fugir?” A personagem da Cássia Kis tem uma fala assim: ‘O Juliano [Cauã Reymond, filho do casal na ficção] não pode deixar que eles o apanhem também’. Quem são eles? Respostas com João Emanuel Carneiro”, nos disse Tony.
“Não deve ter angústia maior”
* “Acho que o Zé Maria está certo, quer provar a inocência sobre algo que o acusam. É um homem humilde, pintor. Faz uma arte naif, umas paisagens, e vende na rua. Tem uma vida simples, como muitos brasileiros. Claro que ele é inocente de verdade. A própria Adis Abeba [Susana Vieira, que interpreta uma líder comunitária da favela] o ajuda muito, confiante e sabedora de sua inocência. Ela diz: ‘Eu sei o quanto ele está sendo injustamente acusado’. E a partir daí, eu, Tony, vou trabalhando. Não deve ter angústia maior que essa para qualquer ser humano…”
“As câmeras que me achem”
Perguntamos se ele tem se adaptado bem ao novo formato proposto pela diretora, Amora Mautner, que está gravando a trama – e posicionando as câmeras – como se fosse um reality show. “Eu não penso nisso, sou o pior ator para te responder porque nunca pensei em câmeras enquanto trabalho. Eu penso na marca: obviamente tem uma marca que preciso respeitar. E no texto. O que comanda uma cena é o texto. As câmeras que me achem. Não sou eu que vou procurar. Ela propôs uma nova linguagem que vai favorecer o espectador”. E sobre os improvisos, estimulados por Amora? “Improviso, sim, quando for pertinente. Não é de qualquer jeito, a olho. Quando for pertinente, poderei improvisar. Em ‘Avenida Brasil’, essa improvisação era muito compreensível, mas, quando tinha uma discussão mais séria, os atores paravam. Pode improvisar, desde que seja na hora certa”.