Glamurama: É, mas, por outro lado, hoje em dia tem gente jogando baixo com tanta liberdade nas redes sociais, por exemplo…
Tonico Pereira: “Sem dúvida. Mas aí não estou falando desse tipo de liberdade. Não é essa liberdade entre aspas. Isso é quase um sofisma escroto dessa sociedade que a gente está vivendo… Isso não é liberdade, é apropriação indébita do espaço do outro. É assim: se você for sincero e tiver um raciocínio bem exercido sobre uma verdade pertinente, ok. Se isso for dissociado desse processo social/ político/ jurídico, estará legislando em causa própria e encerrando a questão na sua burrice pessoal. Se você tem respeito ao ser humano em sua essência, está tudo resolvido, verídico e não invasivo. É invasivo querer que a pessoa vote com liberdade, tenha julgamentos justos? Isso não é ferir a liberdade dos outros, a despeito das pessoas que pregam pena de morte e uma porrada de discriminação”.
Glamurama: Já sofreu consequências graves por expressar suas opiniões?
Glamurama: Você já sofreu com fake news, na época em que estava no ar em “A Regra do Jogo”…
Tonico Pereira: “Era uma cena de um filme que eu estava fazendo e um blog de uma igreja ligada ao Cunha em Caxias espalhou aquilo, apagando a câmera e o microfone da imagem para ficar como se fosse uma orgia, eu cheirando e bebendo e não sei mais o que… Procurei um advogado na época, mas eles se retrataram. Eu ameacei, mas o advogado disse que depois que se retrataram não adiantava fazer nada. De qualquer forma, eu queria muito ter mexido numa coisa que é importante pra eles que não é a moral, e sim o dinheiro”.
Glamurama: É difícil não julgar? Por exemplo: a pessoa que recebeu aquelas fotos no WhatsApp, como impedir que ela já faça um julgamento instantâneo?
Tonico Pereira: “Sou funcionário e me sinto muito feliz por isso. Sustenta as minhas doenças, cuida dos meus filhos. Talvez eles me mantenham como funcionário [e não encerrem o contrato e passem a pagar por obra, como tem acontecido bastante na emissora] porque estou velho e eles queiram me preservar um pouco. Nunca tenho projeto. Sou ator de aluguel. Tenho contrato e eles me escalam na hora que querem. Não sou de ficar me oferecendo, fico na minha, aguardando na trincheira o momento de sair pra luta”.
Glamurama: E nunca diz não para um convite da empresa?