Teresa Fittipaldi conta como deixou a vida de socialite para se dedicar à arte: “Sinto que encontrei meu caminho”

Teresa Fittipaldi fala da nova fase para a J.P || Créditos: Paulo Freitas / Revista J.P

Em seu ateliê de cerâmica no próprio apartamento, em São Paulo, moldando peças com liberdade, humor e sem pressa, a ex-socialite Teresa Fittipaldi diz ter encontrado o caminho para ter alegria e envelhecer bem. A paixão pela arte entrou em sua vida após o fim do casamento com Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de Fórmula 1, com quem teve dois filhos.

Por Nina Rahe / Revista J.P

Em uma entrevista de 2004, Teresa Fittipaldi contou que havia trancado a matrícula na Faculdade de Artes Plásticas da Faap pela segunda vez. “Não tem pressa”, ela dizia à época, com 44 anos. Não à toa, entre todas as disciplinas do curso de artes visuais, Teresa se apaixonou mesmo pelas aulas de escultura em argila. “Amassar o barro te acalma e você cria uma conexão. Nos dias em que eu tinha aula, dormia melhor e fui me simpatizando”, ela conta hoje, aos 62. “Fazia trabalhos bem diferentes e meu professor já falava que eu tinha jeito. Nada como agora, mas ele achava que eu tinha um ‘donzinho’.”

Quando resolveu cursar artes plásticas na Faap, em 2002, Teresa tinha acabado de voltar para São Paulo após 15 anos morando em Miami, onde acompanhava Emerson Fittipaldi, seu então marido e piloto, com quem teve dois filhos, em viagens por todo o país. “Eram mais de 12 corridas por ano e não dá para ficar em casa com seu marido guiando um carro a 350km/h”, lembra. Pouco habituada às regras e demandas de trabalho de uma universidade, ela acabou abandonando o curso, mas manteve o prazer da cerâmica sempre presente. É na sala do seu apartamento, uma cobertura de 180 m 2 nos Jardins, que mantém seu ateliê.

Ali, acompanhada de música clássica e de Nina, uma jack russell que dorme todos os dias ao seu lado, cria com calma as peças que vende nas lojas Pinga e Casual. “Achava que ia estragar o layout, aqui é pequeninho, não dá para ter forno, mas minha filha, que mora em Nova York, falou tanto que comecei a mexer mesmo”, explica. “Com esse ateliê na minha casa, podendo fazer o que me dá alegria, acho que vou envelhecer bem.”

Desde que começou a trabalhar com a argila, com professores como Florian Raiss, Teresa nunca gostou de produzir utilitários e viu nos pratos de parede e nas esculturas a forma de ca – nalizar sua criação. O sucesso dos pratos, segundo ela, está também nas mensagens estampadas em cada um deles, como a frase “Come si chiama quando tutto va bene? Allucinazioni” [Como se chama quanto tudo está bem? Alucinações] e a palavra “Sirigaita”. “As pessoas podem colocar onde quiserem, na parede da cozinha, na copa, no quarto, mas não pode ser uma frase pesada ou aquela filosofia heavy”, diz.

Dos que estavam pendurados no seu apartamento, muitos acabaram migrando para as mãos dos amigos. Atualmente, ela está trabalhando em sua primeira luminária. Com o design concluído, a peça ainda deve passar pelas queimas e Teresa não se decidiu com qual cor e de que maneira irá esmaltá-la. “A mão é a mesma, mas cada obra é única. Nada sai idêntico”, revela. Quando ouve das amigas que deve montar uma exposição com suas criações, no entanto, “já dá nervoso”. “Gosto de me sentir livre e a inspiração não é algo que vem toda hora”, explica. Mas quem comprou um de seus pratos recentemente, Teresa conta, foi a galerista Luciana Brito. “Fiquei supercontente e também me veio na cabeça: ‘Ai, quem sabe uma exposição’”, confessa. “Sinto que encontrei meu caminho e estou deixando fluir naturalmente.

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