Temporada de alta-costura de Paris tenta driblar a ascensão do ready-to-wear. Entenda!

À esquerda, vestidos Dior. À direita, Givenchy || Créditos: Getty Images

Começou nesse domingo a temporada de outono/inverno 2018/19 de alta-costura. Ao longo de cinco dias, a turma da moda se reúne em Paris para acompanhar os desfiles de peças feitas exclusivamente à mão e que custam entre US$ 10 mil e US$ 100 mil. Resumindo, o crème de la crème das principais maisons do mundo.

Mas este ano as marcas que integram o calendário couture têm como desafio driblar um momento de crise, principalmente por conta de dois fatores: a ascensão do ready-to-wear (pronto para vestir), totalmente guiado pela estilo de rua e também a massificação da moda. E nos dois primeiros dias de desfiles, as saídas encontradas pelos estilistas foram a criação de looks que exaltam a perfeição de suas construções e jamais sairiam de uma coleção ready-to-wear, além de peças pensadas para “mulheres que nunca se interessariam pela exuberância ‘fácil’ encontrada hoje em dia”, como disse Maria Grazia Chiuri, estilista da Dior, antes do desfile da maison.

A Givenchy apresentou a primeira coleção assinada por Clare Waight Keller depois do casamento real – foi ela quem vestiu Meghan Markle na cerimônia. Na coleção, dedicada para Hubert de Givenchy, fundador da maison morto em março, atualizou o little black dress – eternizado por Audrey Hepburn, em “Bonequinha de Luxo” – ao apresentar uma versão com capuz. Outros elementos do trabalho do estilista ganharam toque contemporâneo apenas com a mudança de materiais, já que os da época eram muito mais rígidos.

Sonia Rykiel ignorou o momento e fez sua estreia na semana de alta-costura para marcar os 50 anos de sua história com uma coleção que respeita o DNA da marca: feminilidade independente. Schiaparelli deitou e rolou no mood fantástico que traça sua identidade, com muitos looks para à noite e referências animalescas.

Entenda…

Para ser considerada alta-costura uma maison deve manter um ateliê em Paris, com uma certa quantidade de artesãos trabalhando em tempo integral e ainda produzir um número específico de roupas, duas vezes por ano, para os desfiles. São poucas as que preenchem todos os requisitos e entre as resistentes estão Chanel, Valentino e Dior. Nos últimos anos, labels de luxo como Balmain, Versace e Saint Laurent deixaram de participar dessa fashion week e para não perder importância, a organização dos desfiles admitiu a presença de profissionais mais jovens e com menos tradição como Iris van Herpen e Guo Pei, que tiveram a oportunidade de mostrar o seu trabalho como estilistas convidados. Com isso, os novatos são testados pela confederação de alta-costura até se tornarem regulares. E a roda gira…

Abaixo, looks mostrados até o momento na temporada de outono/inverno 2018/19 de alta-costura.

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