Susana Vieira: feliz por papel tão popular quanto ela mesma

Susana Vieira na festa de lançamento de “A Regra do Jogo”, essa quinta-feira no Rio || Créditos: Juliana Rezende

Por Michelle Licory

“Eu sou a dona do baile funk”, sintetiza Susana Vieira sobre Adis Abeba, sua personagem na novela “A Regra do Jogo”, uma espécie de líder comunitária, comerciante próspera da favela e mãe do astro local, o MC Merlot [Juliano Cazarré – assista aqui!]. “Não necessariamente eu vou subir no palco e fazer show. Eu controlo o caixa. Gosto muito de dinheiro. Ah, e as dançarinas dele, as merlozetes, são minhas noras”.

“Ser mais eu mesma, o que o público adora”

“É uma personagem popular, com meu jeito de ser, que o público conhece. Acho maravilhoso porque sou sempre muito contida nas novelas. Faço mulheres ricas, chiques, refinadas. Esse papel de agora me permite ficar um pouco mais à vontade e ser mais eu mesma, que é uma coisa que o público adora. E com meu jeito de falar, que pode ser até irreverente para algumas pessoas mais quadradas…  Acho que esse é efeito que a direção quer e estou me sentindo muito bem. Só tive uma certa dificuldade no começo para entender o cenário de favela, muito ingrime. São vielas e escadas. Mas estarei dominando essa questão em mais uma semana de externa. Fora isso, já estou íntima dos cachorros vira-latas. A Amora [Mautner, diretora da trama] manda a gente inventar umas coisas na hora. Não toda hora, ou fica muito falatório. Ela disse: ‘Susana, vou te soltar no cenário e quero que mostre subjetivamente para o espectador o que é a favela’. Aí a Adis Abeba sai de casa, vai no açougue, dá um esporro aqui, fala com turista em inglês… Porque ela aprendeu! Aí passaram os cachorros e improvisei. Parecia que eu estava em casa”.

“Mulher brasileira chique vai dizer que não gosta”

Sobre o guarda-roupa extravagante da personagem… “O carioca tem um figurino sem regra. As pessoas são se vestem de maneira igual. Aqui tem uma postura mais personal, menos crítica. Ninguém critica uma pessoa porque está de verde com amarelo. A gente tem uma descontração. Mulher carioca adora uma onça. Estou falando das mulheres comuns, não estou me referindo às pessoas que não conheço. De um modo geral, quem está nas ruas, nas lojas e nos shoppings populares como eu se veste assim. Mulher brasileira – ah, já vou ser pichada porque mulher brasileira chique vai dizer que não gosta – é sempre calça justa. Vejo na academia aquela calça atochada… Isso tudo faz parte. Mulher brasileira é muito feminina e quer ser sempre sexy e estar disponível, então as roupas são assim: ou malhas inteiras agarradas, macacões, ou minivestidos”.

“Sorria, você está sendo filmado”

Sobre a linguagem de câmeras de reality show que Amora implementou na novela: “Não estou dando a menor confiança porque estou acostumada a trabalhar com duas câmeras, desde que comecei, na TV Tupi. Hoje em dia tem seis. E estou acostumada também com as câmeras dos elevadores, das lojas, hospitais. Como tem câmera em tudo que é lugar da vida real, a gente apenas assumiu o ‘sorria, você está sendo filmado'”. Por fim, em relação ao seu par na trama, bem mais novo…  “Como é fazer par com gente jovem? Bom, estou acostumada na vida real, então pra mim não vai ter a menor diferença”.

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