Sidney Magal aos 60: “Sou do tipo que ganho e gasto, o dinheiro tem que me servir”

Costume Black Tie, camisa Brooksfield, lenço Gucci, gravata VR, relógio H.Stern

Por Alexandre Makhlouf para revista Poder de maio

Depois de subir quatro lances de escada para chegar ao estúdio, Sidney Magal estava ofegante, mas com um sorriso no rosto. De camisa estampada com coqueiros, jeans e uma bolsa masculina Louis Vuitton a tiracolo, cumprimentou um por um e já começou a puxar papo. Entre uma piada e outra, todo mundo logo se aglomerou em volta dele para ouvir as histórias de suas quase quatro décadas de carreira, embaladas, claro, pelo vozeirão característico. Aos 60 anos – e com quase nada de cabelos brancos –, no dia das fotos,  ele estava a algumas horas de encarar uma maratona de quatro dias seguidos de shows para divulgar “Coração Latino”,  seu novo álbum e DVD. Haja pique! “Hoje, minha vida é tranquila. Em 1982, no auge da minha carreira, cheguei a fazer mais de um show por dia”, comenta.

Ao contrário do que se pensa, o ritmo alucinante nunca incomodou o amante latino mais famoso do país. Ele se orgulha da “naturalidade” com que tudo aconteceu – e acontece- em sua carreira. Isso porque, garante nunca ter forçado sua participação em nenhum trabalho. “Nasci para ser dirigido, para as pessoas terem ideias e me convidarem”, diz, categórico. Foi assim nas duas novelas em que participou na Rede Globo: “Da Cor do Pecado”, em 2004, e “Bang Bang”, em 2005 –, nos quatro musicais que estrelou e nos três desenhos animados que dublou – “Happy Feet”, em 2005, “Happy Feet 2”, em 2011 e “Meu Malvado Favorito 2”, em 2013. Essa última faceta, aliás, é a nova menina dos olhos de Magal, que acha delicioso incorporar um personagem de animação e interagir, ainda que indiretamente, com o público infantil. Também é ele a voz da nova abertura do seriado “Entre Tapas e Beijos”, da Rede Globo.

Essa alegria, aliás, é o que move o furacão Magal. Na certidão, ele é Sidney Magalhães, mas, durante uma temporada que passou na Europa antes de estourar por aqui, cortou o fim do sobrenome para facilitar a vida dos italianos, que se atrapalhavam na hora de apresentá-lo.  Foi no mesmo período, aliás, que ele começou a ousar no vestuário, com botas de veludo colorido e coletes sem camisa, e descobriu sua persona artística. “No palco, sou Sidney Magal, e é aí que me sinto poderoso. É o momento em que tenho controle sobre a emoção das pessoas e me sinto na obrigação de conquistá-las para sair dali com o ego lá em cima”, explica. Quando não está sob os holofotes, ele é só pai coruja e marido apaixonado – fala o tempo todo da mulher, Magali, e dos três filhos, Gabriela, de 32 anos, Natália, de 29, e Rodrigo, de 24. Carioca, largou o Rio de Janeiro há 17 anos e, hoje, mora em Salvador, além de ter casas de veraneio na Praia do Forte e em Itaparica, também na Bahia, e um apartamento em Miami. “Mas não sou investidor, não. Sou do tipo que ganho e gasto, o dinheiro tem que me servir”, conta, rindo.

Na hora em que o cantor está pronto, de terno e gravata, fica nítida a diferença entre as duas personalidades – a artística e a do dia a dia.  Ele encarna uma espécie de mafioso italiano – “Dom Magal” – e chama suas poses exageradas, clicadas pelo fotógrafo, de “magalísticas”. “Só me avisem quando eu tiver que parar de falar. Senão, as fotos não vão ficar boas”.

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