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Thomaz e Sharon: família antes de tudo

Por Michelle Licory

Quando Sharon Azulay assumiu, em 2009, a Blue Man, depois da morte de David Azulay, chamou o primo Thomaz Azulay para dividir com ela esse desafio. Afinal, nunca fez parte de seus sonhos trabalhar na empresa. Agora ela acaba de divulgar um comunicado informando que ele está deixando a marca, para se dedicar a projetos solo. Glamurama foi conversar com a moça. “Balde de água fria foi o dia em que eu estava em Nova York e recebi um telefonema avisando que meu pai tinha morrido. Não é que eu simplesmente contratei um diretor criativo e mandei embora. É meu primo, meu irmão. Thomaz perdeu o pai dele [Simon Azulay, criador da Yes Brazil] com 1 ano. Foi meu pai quem o criou. Desde que o convidei para trabalhar comigo, sabia que não era o universo dele, que é mais fashion, tem outra batida. A saída foi no amor, e não na dor. Vi nascendo nele o desejo de ter uma história própria. Ele não precisa ser a sombra de uma história. Como prima, dou apoio. A nossa cumplicidade é mais forte do que todo o resto.”

E o que muda na rotina de Sharon com a saída do Thomaz? “Nada. Hoje eu tenho uma equipe enorme de estilistas que vai continuar a mesma e ninguém vai entrar no lugar dele. No meu dia a dia, sempre me dediquei a não deixar que se perca no meio do caminho o  DNA da marca, uma história de 40 anos. Sei quem é a mulher Blue Man e onde a empresa tem que estar.”

Sharon também passou por outros percalços. No fim do ano passado, por exemplo, ela colocou Ricardo Henriques, contratado para gerir a empresa, na Justiça. Na época, comentava-se sobre superfaturamento, mas ninguém mais toca no assunto, por conta de um acordo sigiloso. São muitas pedras no caminho para uma menina de 22 anos. Dá orgulho de enfrentar tudo de peito aberto? “Dá, sim. Mas na vida, Deus não dá uma cruz maior do que você possa carregar. Aos 17 anos herdar uma empresa com mais que o dobro da minha idade e ter a garra e a força de estar sempre fazendo bem feito, mantendo a história do meu pai, apresentando desfiles do nível dos que ele fazia, assumindo coisas que nunca imaginei… Inconscientemente, ele me preparou pra isso. Me criou sozinha. Era só eu e ele, sempre respirando esse universo.”

E por falar em desfiles, a Blue Man, sempre uma das mais esperadas e comentadas, vai pular este Fashion Rio. “Sei que vão especular. Mas é aí? Acho que foi uma decisão madura. Nós fazemos desfiles impecáveis e deslumbrantes, é um investimento alto, aí o cliente chega na loja e ela não corresponde a essa expectativa da passarela. Estamos fazendo um trabalho de visual merchandising. O mercado pede isso. Mudamos cheiro, ambientação, cor, tudo. É uma questão de prioridades… A empresa precisa ser financeiramente saudável. Mas vamos compensar na semana de moda do ano que vem. E apresentaremos nossa coleção, sim, só não será da maneira convencional.”

Em tempo: o primeiro endereço da Blue Man com formato reformulado será no Leblon e deve ser inaugurado em julho (passa de 50 para 80 m2). Ao longo deste ano, a marca fará o mesmo em suas  22 lojas, além de inaugurar um e-commerce em abril.

 

 

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