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Selton Mello || Créditos: Juliana Rezende
Selton Mello || Créditos: Juliana Rezende

Selton Mello está de volta à Globo em “Treze Dias Longe do Sol”, minissérie que estreia quinta-feira no Globo Play e em janeiro na TV. “Faço o Saulo, o engenheiro responsável pela construção de um centro médico. Ambicioso, ele quer ser sócio da construtora, então começa a contratar mão de obra barata, comprar material não tão bom… Isso provoca a queda do prédio, bem no momento em que a Marion [Carolina Dieckmann], filha do dono do hospital, chega pra dar uma dura, por conta dos atrasos na entrega”. Os dois tiveram um romance mal resolvido no passado. “Eles ficam presos lá embaixo, soterrados com outras pessoas, lutando para sobreviver. E um querendo botar a culpa no outro. Dores, ressentimentos e frustrações… Tudo vem à tona, junto com a iminência da morte. Mas eles precisam se unir para sobreviver, e passam por experiências transformadoras. Saulo é visto como uma espécie de herói, mas ao longo da série… Bom, pode ser que ele não seja”.

“Um país que maquia as coisas”

Os cariocas lembram bem de um caso parecido, o do edifício Palace 2, na Barra da Tijuca, que desabou por negligência. “A trama traz uma crítica, sim. Mas, na verdade, a catástrofe física funciona como pano de fundo para contar o drama pessoal de cada personagem. De qualquer forma, não dá pra ignorar que o Brasil é um país que maquia as coisas. O que aconteceu na Rocinha recentemente, por exemplo. Lá tem muitos trabalhadores. Estava acontecendo o Rock in Rio naquela época, colocaram o Exército na comunidade para quem passa por ali poder ir aos shows, e depois tudo ficou abandonado de novo”.

“Sempre sujo, machucado”

Voltando para a minissérie… “Nunca tinha feito um trabalho tão físico como esse… Tenho me cuidado mais, me alimentado melhor. Faço meditação e um pouco de ginástica, isso me ajudou muito. Na época das gravações, intensifiquei tudo isso. A gente estava sempre sujo, machucado. Cenas dramáticas, um trabalho tenso”.

“Nós, da família, achamos que talvez ele tivesse morrido”

Perguntamos se ele já passou por uma situação limite como essa. Selton se emocionou. “Felizmente nunca vivi nada tão pesado, mas meu irmão viveu. O Danton [Mello] caiu de um helicóptero e é um sobrevivente”. Para quem não lembra, em 1998, quando o ator apresentava o programa “Globo Ecologia”, houve um acidente, a equipe ficou desaparecida e um cinegrafista morreu. Eles foram encontrados por índios, em Roraima. “Muitas vezes para esse personagem eu pensava no Danton como inspiração. Nós, da família, achamos que talvez ele tivesse morrido. Ele foi encontrado no meio da floresta, operado, e está aí trabalhando, cuidando das filhas”.

Apesar de nunca ter vivido uma tragédia, Selton diz que já passou por muita coisa. “E você cresce nos fracassos, nas derrotas. Já aconteceu comigo muitas vezes, desde criança. É humano”. No caso do personagem… “Ele tem o sentimento de culpa e revisa toda sua vida, pensa no que o fez parar ali. Tudo isso mexe muito com o Saulo”. (por Michelle Licory)

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