Secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto foi a convidada desta quarta-feira para papo sobre o trabalho que faz no combate à violência contra a mulher, refugiados, população de rua e muito mais em live com Joyce Pascowitch.
Claudia contou um pouco sobre seu papel no âmbito público: “A gente trabalha com a garantira dos direitos. Chegamos no cidadão, na sua especificidade, e falamos dos direitos que ele tem. Estamos aqui para acolher”, começou ela, que ressaltou um dos principais trabalhos desenvolvidos durante a pandemia: “Nos debruçamos mais nas questões da população de rua por conta da alta vulnerabilidade. Abrimos equipamentos de acolhimento noturno, instalamos banheiros no centro da capital, distribuímos marmitas. No momento em que fechou a cidade, eles começaram a passar fome. Esses desafios nos impulsionaram a criar soluções inovadoras. Nos esforçamos para sermos exemplo em varias frentes”.
Ela também falou da atuação com os refugiados e a importância de acolhê-los bem: “O Brasil é um país acolhedor. Temos uma lei internacional de refúgio. É bonito abrir os braços para quem precisa. Eles buscam refúgio em um lugar mais próspero. Devemos ter orgulho. Faz parte do poder público estender a mão no momento em que as essas pessoas mais precisam”.
A secretária ainda ressaltou a atual situação da violência contra mulher: “Infelizmente é a situação mais democrática que existe. A mulher apanha em qualquer lugar, em qualquer classe social, sem motivos… Não está na prerrogativa dela e sim de um machismo estrutural que existe na nossa sociedade”, destaca Cláudia, que também falou sobre a questão de gênero: “Vamos desconstruir o que é papel de menino e de menina, e, no futuro, enfrentar os mesmos desafios. A questão de gênero não pode ser uma prerrogativa de domínio de um sobre o outro”.
A conversa também chegou no assunto mais falado nos últimos dias no Brasil: o caso de Mariana Ferrer, que foi vítima de estupro em um clube de Florianópolis e seu agressor acabou recebendo uma pena branda, interpretada como ‘estupro culposo’: “Não é possível a abrir precedentes com um julgamento em primeira instância de uma aberração jurídica. Legalmente isso já é inviável. Há 50 anos ninguém falaria desse assunto e hoje todo mundo está chocado com o resultado que precisa ser revisto pelo bem e dignidade das mulheres. Tem pessoas que perguntam o que ela estava procurando lá, em uma festa. Era diversão, e não estupro”.
Confira o papo na íntegra no vídeo abaixo: