Sebastião Salgado: “Ver a vida voltar me fez querer voltar a fotografar”

Sebastião Salgado: fôlego renovado

Sebastião Salgado inaugura nesta terça-feira dentro do Jardim Botânico do Rio a exposição “Gênesis”. São 245 fotografias – 52 exibidas ao ar livre -, divididas em cinco seções: “África”, “Amazônia e Pantanal”, “Planeta Azul”, feita na Antártica, “Santuários”, que mostra a vida selvagem em Nova Guiné, Ilhas Galápagos e Ilhas Siberut, e “Terras do Norte”, sobre lugares como Alasca e Sibéria.

O trabalho marca a retomada da carreira dele após o premiado “Êxodos”, que retrata a migração crítica de povos fugindo da pobreza, da repressão e de guerras. “Depois de registrar tudo isso, fiquei mal psicologicamente, sem condições de fotografar. Foi nessa época que ganhei dos meus pais a fazenda onde cresci, no Vale do Rio Doce. Quando voltei lá, percebi que a fazenda estava tão doente quanto eu. A mata tinha sido muito destruída. Quando eu era pequeno, acreditava que a floresta nunca ia acabar e hoje vejo que ela está pedindo socorro.”

* Com a ajuda da mulher, Lélia Wanick Salgado, e patrocínio de grandes empresas, ele replantou 2 milhões de árvores na região. “O fato de ver a vida voltar me fez querer também voltar a fotografar e foi daí que surgiu ‘Gênesis’. Dessa vez eu não queria fotografar um só animal, nós mesmos, e sim todos”, contou, nesta segunda-feira, em uma coletiva de imprensa no mesmo endereço escolhido para a mostra. “Ao invés de registrar as consequências da poluição e alterações climáticas, Sebastião mostrou a beleza deslumbrante do mundo”, explicou Lélia na ocasião. Fica a dica, glamurette.

Uma das obras em exposição
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