Viu o capítulo de “A Força do Querer” dessa segunda-feira, glamurette? Em agosto, uma van escolar foi roubada – com crianças dentro – em Niterói, no Rio. E Gloria Perez usou o fato da vida real na novela. Foi a policial Jeiza, papel de Paolla Oliveira, que salvou os dois pequenos, entrando desarmada na favela comandada pelos traficantes Sabiá [Jonathan Azevedo] e Rubinho [Emilio Dantas], na qual ela é tipo inimigo número 1. A performance irretocável da atriz rendeu picos de Ibope e resposta imediata nas redes sociais.
“Reforma penal, por exemplo”
Paolla conversou com o Glamurama sobre a importância da personagem e da discussão de questões como violência urbana no horário nobre, em tempos de Rocinha ocupada pelo Exército por conta da guerra entre facções criminosas na comunidade carioca. “Com a Jeiza, acabo passando por experiências que gostaria que ficassem apenas na ficção, mas isso infelizmente não acontece. Acredito que ainda está distante de solucionar a questão do tráfico de drogas, mas não perder o controle é o primeiro passo. Às vezes a sensação de descontrole parece que domina. Esse é um problema antigo, mas acredito que são necessárias novas condutas e novas formas de combate. Reforma penal, por exemplo”.
“Em uma época em que os valores estão invertidos…”
Sobre o carinho do telespectador com Jeiza… “Ela representa essa mulher moderna que a gente tanto tem comentado e quer ver. Ela é bom caráter, boa filha, uma profissional dedicada, com suas questões e conflitos, mas cheia de opinião e personalidade. É bom e muito gratificante também o público se identificar com essas caraterísticas, como bom caráter, em uma época em que os valores estão invertidos. Fico muito orgulhosa”.
“Nossa maior esperança”
No último fim de semana, Paolla produziu o espetáculo musical infantil “Circulando – À Procura da Água”, sobre a crise hídrica, com apresentações gratuitas para crianças de áreas de baixa renda do estado do Rio: Duque de Caxias, São João de Meriti e Belford Roxo. Nas seis sessões, suco e pipoca – e os pequenos ainda contaram com transporte. Tudo para democratizar o acesso ao teatro e fomentar a consciência ecológica.
“É um projeto simples e despretensioso, mas que tem a intenção de despertar a curiosidade das crianças, que são nossa maior esperança de dias melhores para o meio ambiente e para as artes. Eu tenho a memória de quando fui ao teatro pela primeira vez e meu intuito foi usar o alcance que ganho com meu trabalho incentivando o conhecimento de forma leve e bem humorada. Espero poder levar esse projeto para outros lugares”.
Será que Paolla conseguiu incorporar na própria rotina a bandeira do ecofriendly? “Faço o que posso, incluindo reverberar para as pessoas que conheço hábitos mais conscientes: como gasto minha água, que produtos uso que podem ser menos agressivos ao meio ambiente, como reutilizo vários tipos de materiais…”
Por falar no assunto, estava no coro contra a extinção da Reserva Nacional do Cobre? “Sim. A Amazônia não tem um único dono, ela é nosso maior patrimônio. Como é que pode uma pessoa simplesmente devastar, explorar, destruir. É um absurdo”.
“Um instinto maternal junto a outro de querer ver dias melhores”
O espetáculo é um projeto para crianças. Alguma pontinha de instinto maternal aflorando? “Um instinto maternal junto a outro de querer ver dias melhores e acreditar que só a educação pode nos tirar desse momento de tanta tristeza, de tão pouco respeito e tanta intolerância”, finalizou a atriz, que depois da novela ainda divulga “Alguém Como Eu”, filme que vai lançar com Ricardo Pereira, por aqui e em Portugal, antes de poder curtir férias por tempo indeterminado. (por Michelle Licory)
Em tempo: aqui embaixo, um pouco da reação nas redes sociais depois da tal cena de “A Força do Querer”: play no vídeo!
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