Os parlamentares envolvidos na batalha contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já articulam nos bastidores estratégias para o retorno da atividade parlamentar, em fevereiro, com intuito de deter manobras do peemedebista para evitar um processo de cassação de seu mandato.
O Conselho de Ética aprovou em dezembro a admissibilidade para abrir um processo contra Cunha, mas ele já avisou que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Pretende, em outro colegiado, barrar o processo. Como o presidente da CCJ, Arthur Lira (PP/AL), é aliado de Cunha, as chances do presidente da Câmara crescem. Lira, porém, só fica no cargo até fevereiro, quando nova eleição para a presidência da CCJ ocorrerá. A ideia da tropa inimiga de Cunha é não dar quórum a nenhuma sessão da CCJ até que seja escolhido um novo presidente.
O novo parlamentar que comandará a CCJ será do bloco partidário do qual o PMDB faz parte. Se o PMDB estiver relativamente em paz com o PT e se o líder do partido não for um inimigo de Dilma Rousseff, pode ser que o indicado para comandar a CCJ não seja alinhado a Cunha. Ou seja, é um verdadeiro xadrez político e regimental. (Por Malu Delgado)