Estampas, cores e uma pitada tropical: Luciana Novis sabe como fazer bom uso da ousadia na hora de se vestir. Dona de um escritório criativo focado em moda, a carioca imprime sua personalidade por onde passa
Por Kanucha Barbosa para a Revista J.P de setembro
Foi na barra da saia da avó que a carioca Luciana Novis descobriu a moda. Tudo por conta dos dias que passava no ateliê de costura da mãe de sua mãe quando era criança, observando o dia a dia e recolhendo retalhos para fazer as roupas de suas bonecas. Em casa, porém, as coisas eram menos lúdicas: com o pai economista e a mãe empresária, Luciana estudou em uma escola católica onde o uso de uniforme era obrigatório – regra que ela burlava para “customizar aquela roupa careta”.
Hoje, quem vê Luciana abusar das cores, como nesta sessão de fotos, nem imagina que, depois do colegial, entrou na faculdade de medicina. “Adorava o curso, mas adorava mais ainda pensar nos looks que ia usar no hospital (risos). Lembro que tinha um tênis de plataforma branco que era meu companheiro de plantão.” No sétimo semestre, a carioca resolveu dar vazão à veia fashionista e trancou o curso. Foi fazer jornalismo de moda no Senac Rio e começou com bicos de styling aqui e ali. “Na época pensei em ter uma marca – imaginava uma coleção inspirada no corpo humano com estampas de rins, o órgão mais lindo que existe. Não ia ficar incrível?”, diz em tom divertido. Mas desistiu.
Além de trabalhar em assessorias de imprensa, passou pela marca de Lenny Niemeyer, onde participou da produção de desfiles, catálogos e campanhas. Em 2014, decidiu que era hora de alçar voo solo: Luciana fundou seu escritório criativo com o objetivo de contribuir com grifes usando suas ideias fora da caixa. “Não gosto de falar em branding, não acredito em receita de bolo, mas em potencializar os talentos e atributos de uma marca, entendendo suas necessidades por meio de ações inovadoras”, explica. Os trabalhos vão de styling de editoriais de revistas a campanhas digitais.
Para completar, Luciana ainda é mãe de Antonia, que tem apenas 6 anos, mas é igualmente estilosa. “Antes de nascer, minha filha já tinha um closet de respeito”, revela. Mas logo deixa claro que não é fã do consumo excessivo: “Gosto de coisas únicas. Sou apaixonada por peças vintage, tenho um acervo e vivo em busca de descobertas preciosas”. Exemplos? O colar de bananas encontrado em uma feirinha em Londres, um vestido Yves Saint Laurent que achou em um brechó em Nova York ou as pulseiras de miçangas coloridas compradas dos nativos de Bali. Todas peças em sintonia com seu lema principal: “Roupas não são descartáveis”.