Um Rolex Submariner raríssimo dos anos 1960 que será leiloado em outubro pela casa britânica Phillips é o assunto do momento no universo dos relógios de pulso caríssimos. Tudo porque o acessório pode ter pertencido a Steve McQueen. O único problema é que ninguém conseguiu confirmar até agora se isso é verdade, uma vez que o histórico que supostamente já adornou o pulso do lendário ator americano é repleto de mistérios.
Por enquanto o que se sabe é que a peça com valor estimado entre US$ 300 mil (R$ 1,1 milhão) e US$ 600 mil (R$ 2,2 milhões) é original e uma das primeiras de sua versão a serem produzidas, mas nada muito além disso. A partir daí os dados do provenance disponíveis dão conta de que McQueen a comprou em 1965 e usou brevemente, em seguida dando-lhe de presente para Loren Janes, um dos vários dublês com quem trabalhou em seus anos de glória em Hollywood.
A prova disso estaria no verso do relógio, que contém a inscrição “Loren, the best damn stuntman in the world. Steve” (“Loren, o melhor dublê do mundo. Steve”). Morto no ano passado, o profissional das cenas de risco teria deixado uma carta para a filha na qual confirma essa versão, porém uma análise grafotécnica feita recentemente confirmou que a verdadeira autora do documento é a filha dele, que continua vivíssima e é a atual dona do Sub.
Já os herdeiros de McQueen, que partiu dessa para uma melhor em 1980, se limitaram a dizer em uma nota que enviaram à “CNN” que “têm dúvidas” sobre o assunto, sem informar quais seriam. E mesmo apesar de toda essa confusão vários apaixonados pelo universo da horlogerie já encaminharam seus lances fechados para a venda no martelo de daqui a três meses – Ralph Lauren, que coleciona relógios de pulso, seria um deles.
O Submariner foi lançado pela Rolex em 1953, e virou hit graças em parte aos famosos que se tornaram seus fãs. McQueen, ícone da contracultura da época, foi um dos primeiros que garantiram um pra chamar de seu, assim como Paul Newman, que foi peça chave na popularização de outro modelo famoso da marca suíça, o Daytona, cujas primeiras unidades fabricada valem tanto quanto um apartamento na Quinta Avenida de Nova York.
Basta lembrar que no ano passado, dez anos depois da morte do Butch Cassidy da telona, um dos Daytonas dele foi leiloado pela soma recorde de US$ 17,8 milhões (R$ 66,2 milhões). “Ter um relógio como esses pode ser um negócio tão lucrativo quanto investir em carros vintage ou obras de arte”, disse à rede americana o expert Paul Altieri. E pelo visto um passado questionável nem faz diferença na hora de se aventurar nesse universo. (Por Anderson Antunes)