O retorno de Lars Von Trier a Cannes não poderia ter sido diferente: banido do maior festival de cinema do mundo em 2011 depois de ter declarado que “entendia Hitler”, o diretor dinamarquês apresentou na manhã desta terça-feira sua mais nova produção, o polêmico “The House That Jack Built”. Repleto de cenas gráficas, o thriller psicológico com Matt Dillon na pele de um serial killer foi considerado “macabro demais” e resultou na saída de mais de cem pessoas da sala onde foi exibido no Palais des Festivals et des Congrès.
Entre os que ficaram até o fim, a reação não foi muito diferente, com vaias ouvidas a cada cena forte. “É nojento”, uma mulher que estava na platéia disse ao “Variety” enquanto deixava às pressas o local. O filme mostra Dillon como um assassino que trata seus crimes como se fossem arte e foi classificado como imperdível por Owen Gleiberman, crítico do jornal hollywodiano, um dos poucos que o elogiaram.
O ator americano, aliás, foi o único integrante do elenco a dar as caras em Cannes: Riley Keough e Uma Thurman, colegas dele no trabalho e ambas habitués do festival, aparentemente acharam que seria melhor ficar em casa. (Por Anderson Antunes)