Parte do encanto gerado pela maioria das monarquias, em especial a britânica, se deve ao cuidado extremo que seus membros têm com a própria imagem, já que dependem dela para manter a pompa de seus respectivos reinos. E no caso do “reinado” mais famoso do Brasil – o de Roberto Carlos, que completa 78 anos nesta sexta-feira – não é muito diferente: o cantor é famoso pela mão de ferro com a qual cuida de sua figura pública.
Cheio de manias no âmbito pessoal – mesmo com um tratamento sério contra o TOC -, Roberto também sempre se utilizou de certas regras ao longo da carreira que, ao menos para ele, geraram resultados mais do que positivos. A quantidade de discos que ele vendeu até hoje – mais de 120 milhões – e a fortuna que amealhou – US$ 160 milhões (R$ 499,2 milhões), segundo estimativas -, sem contar o fato de que continua em alta e em plena atividade.
Abaixo, listamos cinco curiosidades sobre Roberto às quais ele sempre recorre, e que talvez expliquem parte do sucesso dele. Confira!
Comigo, não!
Para muita gente, não existe fim de ano sem o especial do rei na Globo. E olha que a atração quase morreu na largada. Isso porque Roberto não gostou de saber que a emissora vendeu cotas de patrocínio do programa meses antes de sua estreia, em 1974, para marcas de cerveja e cigarro, com as quais ele se recusa até hoje a associar seu nome. O imbróglio foi resolvido depois que o então todo poderoso da rede carioca, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, garantiu ao rei que os patrocínios seriam cancelados.
Perfeccionista
Autor de alguns dos maiores hits da história da MPB, Roberto tem um hábito curioso quando está escrevendo a letra de suas canções: ele segue todo um processo de organização, jamais rabisca um verso e evita ao máximo o uso de setas no papel, principalmente as que indicam para baixo, o que o rei acredita que traz má sorte. Roberto também costuma reescrever suas composições, mesmo as mais antigas. Vale lembrar que nenhum outro músico brasileiro possui tantos sucessos quanto ele.
Meu tempo
Por possuir birra de certas datas e períodos, ele também não lança nenhum novo trabalho no mês de agosto, em hipótese alguma, não fecha novos acordos durante as fases de lua minguante, só contrata novos músicos para a orquestra que o acompanha quando um de seus integrantes morrem, e celebra o Ano Novo uma hora depois de todo mundo, já que não segue o horário de verão.
Proteção divina
O rei também é cheio de amuletos. Há mais de 40 anos ele usa um medalhão do Sagrado Coração de Jesus que ganhou de uma freira, que também foi sua professora. Junto com o medalhão ele carrega um anel de pedra vermelha, e ainda usa a mesma pulseira de prata com suas iniciais há mais de 50 anos.
Não, obrigado
Roberto também é indiferente ao maior desejo de praticamente todos os cantores do Brasil: ter uma música tema em uma novela da Globo. Sempre que é convidado para compor uma canção para alguma atração da emissora, ele acaba desistindo da ideia quando sabe mais sobre os personagens da trama nos quais deverá buscar inspiração não serão felizes para sempre. Em uma das raras ocasiões em que fez isso, quando cedeu um de seus hits para a trilha de “Viver a Vida”, de Manoel Carlos, o rei ficou chateado quando descobriu que os personagens de José Mayer e Taís Araújo brigaram e acabaram se separando. (Por Anderson Antunes)