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Regiane Alves como Clara e Dóris || Reprodução

Como falar de Regiane Alves sem lembrar de um dos seus papeis mais marcantes, um divisor de águas em sua carreira: a vilã Dóris, que maltratava seus avós na trama de Manoel Carlos, ‘Mulheres Apaixonadas’, que foi ao ar pela primeira vez em 2003 e está sendo reprisada no canal Viva. Mas Dóris não foi a única personagem ‘osso duro de roer’ de Regiane. Outra figura icônica foi Clara, a jovem mimada e ambiciosa casada com Fred (Luigi Baricceli) e que causou alguns ‘climões’ ao longo de “Laços de Família”, que também está de volta às telinhas no “Vale a Pena Ver de Novo”. Como ambas estão no ar ao mesmo tempo, o público está podendo comparar as diferenças e semelhanças entre as duas personagens. Regiane admite que não se parece nem um pouquinho elas, mas que esses trabalhos a enriqueceram como atriz: “Ajudam a contar a minha história como atriz”, contou em entrevista ao Glamurama.

Depois de 20 anos da exibição de ‘Laços de Família’ e 17 anos de ‘Mulheres Apaixonadas’, atriz paulista admite que se sente mais madura profissionalmente e não se vê exercendo outra profissão que não seja a de atuar: “Acho que sou menos crítica também, mas igualmente dedicada e entregue ao meu ofício”, comenta Regiane, que está escalada para a próxima temporada de ‘Malhação: Transformação’, que teve sua produção interrompida por conta da pandemia do novo coronavírus e ainda não tem previsão para a retomada das gravações. (por Luzara Pinho)

Glamurama: Duas personagens suas – Dóris e Clara – estão no ar simultaneamente e ambas têm temperamentos parecidos. Você se identifica de alguma forma com elas?
Regiane: 
Definitivamente, não! Mas são personagens muito especiais, que ajudam a contar minha história como atriz. Dóris e Clara, criações do Maneco (Manoel Carlos), são personagens que têm composições muito distintas e que nem de longe se assemelham em qualquer viés social, moral ou comportamental comigo. E isso foi uma das coisas que mais me deu prazer em interpretá-las.

Glamurama: Qual a diferença principal entre Dóris e Clara?
Regiane: São tantas! Dóris era uma menina para quem o mundo girava em torno de seu umbigo, alguém sem limites e que ainda tinha que aprender muito com a vida para se tornar alguém melhor – ou tentar se tornar. Clara, não. Ela já tinha uma estrutura familiar, mas seu problema era a eterna frustração e insatisfação com a própria vida. No caso dela, vale aquele ditado que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde. Em linhas gerais, Dóris era um poço de egoísmo e Clara, vítima de sua ambição e eterna frustração.

Glamurama: Como foi interpretar essas garotas com temperamentos tão difíceis?
Regiane:
Uma delícia (risos)! Obviamente que eu não tinha a maturidade que tenho hoje, mas tinha uma energia e um amor pelo ofício que ainda se mantêm vivos dentro de mim e que foram fundamentais para a entrega que eu precisava ter para dar vida a essas duas mulheres. Elas não tinham freios, não tinham limites, cada qual com o seu drama. Foi uma entrega muito intensa. Lembro que ficava muito cansada fisicamente. Mas a sensação após as cenas era incrível. E elas são o oposto do que eu sou. Coloquei todos os meus monstros para fora, até os que eu nem imagina que pudessem existir.

Glamurama: Você curte fazer vilã? 
Regiane: Sim, a vilã pode tudo. Nesses papeis, normalmente, vivemos muitas outras personagens porque a maioria das vilãs delas é dissimulada. A gente finge ser boazinha, mostra as garras, mente, fala verdades que ninguém tem coragem de verbalizar. E muitas vezes ainda tem a ironia misturada com um humor ácido. Ou seja, como atriz, é um exercício profundo da profissão. A mocinha é igualmente desafiadora. É fazer cenas de forma crível, mostrar um lado mais linear sem ser chata ou monótona. É dar sabor a cenas que têm como ponto alto a verdade que a atriz é capaz de transmitir.

Glamurama: A polêmica cena de Dóris apanhando do pai entrou para a história das novelas e você disse recentemente que até chorou após a cena. Dóris mereceu apanhar? Como se preparou para tomar umas palmadas de Marcos Caruso?
Regiane: Mereceu! Maneco sempre teceu muito bem as tramas. Era impossível não ficar esperando cena após cena os acontecimentos se desenrolarem. Foi uma cena que exigiu muito dos atores, física e emocionalmente. Houve muita concentração para que não precisássemos repetir e perder a emoção mais forte e genuína.

Glamurama: Caruso comentou que te machucou na cena…
Regiane: Faz parte, faz parte… Nosso corpo é o nosso instrumento de trabalho. Às vezes a gente não controla as emoções.

Glamurama: Você ainda troca ideia com alguns dos seus parceiros dessas novelas?
Regiane: Com uma reprise tão em evidência assim, as lembranças ficam mais fortes. Mas a vida é tão corrida. Claro que se nos encontrarmos, as lembranças farão parte da nossa conversa e teremos bons momentos juntos. Foi um trabalho muito bem sucedido, com uma equipe incrível. Formamos um time, uma família.

Glamurama: Quando interpretou esses dois papeis você era super jovem. Qual a maior evolução como atriz de lá para cá?
Regiane: Estou mais madura. Tive filhos e a maternidade é uma experiência muito transformadora, pelo menos para mim foi assim. Tudo isso me transformou em uma atriz ainda em constante aprendizado, mas mais segura. Nunca tive dúvidas da minha profissão, eu serei atriz ou atriz. Mas hoje acho que me divirto mais no set. O “game” ficou mais prazeroso. Não que antes não fosse, mas eu ainda estava muito no início do aprendizado. Acho que sou menos crítica também, porém igualmente dedicada e entregue ao meu ofício.

 

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