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Regiane Alves na pele de Clara quando revela que rival, Capitu, é prostituta || Reprodução Rede Globo
Regiane Alves na pele de Clara quando revela que rival, Capitu, é prostituta || Reprodução Rede Globo

Quem acompanhou a novela ‘Laços de Família’, originalmente exibida em 2000 pela Globo, sabe muito bem que a personagem de Regiane Alves, a mimada Clara, tem um temperamento difícil, ainda mais quando o assunto é o romance entre Capitu (Giovanna Antonelli) e Fred (Luigi Baricceli), com quem é casada e enfrenta uma crise sem solução no relacionamento. No capítulo da trama exibido nesta quinta-feira no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, Clara  revela na frente dos convidados do casamento de Edu (Reynaldo Gianecchini) e Camila (Carol Dieckmann), que Capitu é uma prostituta, uma das cenas mais icônicas da novela e que marcou a carreira da atriz que, na época, tinha 21 anos.

No currículo de Regiane, ela ainda teve a oportunidade de viver outras personagens osso duro de roer, como é o caso da Doris, em ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003). A personagem era uma jovem sem limites que sempre maltratava os avós: “São personagens que têm composições muito distintas e que nem de longe se assemelham em qualquer viés social, moral ou comportamental comigo. E isso foi uma das coisas que mais me deu prazer em interpretá-las”, contou Regiane em recente entrevista para o Glamurama.

Depois de três novelas seguidas com texto de Manoel Carlos, Regiane relembra os personagens icônicos da carreira e a sensação de rever Clara na telinha da Globo:

Quais sentimentos a exibição de ‘Laços de Família’ no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ desperta em você?
Regiane Alves:
Primeiro a curiosidade em acompanhar a minha primeira novela em horário nobre, e ao mesmo tempo fico aflita em rever algumas cenas, sinto um misto de vergonha e nostalgia. Repenso em como poderia ter feito aquela cena mil vezes e não tem como mudar.

Como era a Clara?
R.A: A Clara era uma garota mimada querendo atenção e pedindo isso da forma mais errada possível. Usava a filha para salvar um casamento falido. Era a “chata” da novela. E fazer uma personagem chata não é fácil, mas sempre tive o apoio de Manoel Carlos e Ricardo Waddington e me sentia protegida.

Qual a cena (ou quais) foi mais marcante para você?
R.A:
A do atropelamento da Clara e da filha, que gravamos nas ruas no Leblon, no começo da trama. A cena em que o Fred (Luigi Baricceli) vai embora de casa e ela fica sozinha com a filha, sofrendo, e entra a trilha da personagem, ‘Devolva-me’, na voz de Adriana Calcanhoto, também marcou muito. E, claro, a cena que a Clara desmascara a Capitu dizendo que ela é uma garota de programa. Me lembro até da Maria Paula no Casseta & Planeta fazendo a imitação da personagem. Seria o nosso meme de hoje nas redes sociais.

Como foi gravar essa cena?
R.A:
Foi impactante. Para mim, depois da cena em que a Camila raspa a cabeça, essa é uma das mais lembradas pelo público. Tinha 21 anos, uma cena difícil para fazer, e na frente daquele elenco de feras (risos). Sabia que era uma sequência muito importante, que marcava uma reviravolta na trama, então, me preparei bem para ela. Lembro que exigiu muita concentração.

Como era a relação com o elenco com quem você mais contracenava?
R.A:
Muito boa, adorava trabalhar com a Vera Fischer, conviver com o Tony Ramos foi um aprendizado e tanto de profissionalismo e comprometimento que levei para a minha carreira. As amizades com Giovanna Antonelli, Deborah Secco e o diretor Rogério Gomes entraram para a minha vida.

Como foi o retorno do público na época da novela? Muitas pessoas criticavam a personagem?
R.A:
Por muito tempo ouvi as pessoas dizerem que achavam que eu era igual à personagem ou perguntavam para quem me conhecia se eu era como na novela. Ela é chata? Enjoada?, diziam. Nas ruas as pessoas falavam “Vai perder o Fred para a Capitu” e ao me conhecerem percebiam que eu era bem diferente da Clara.

Passados 20 anos da exibição original, as pessoas ainda comentam sobre esse trabalho com você? Clara ficou marcada na lembrança do público, como aconteceu com a Dóris?
R.A:
Sou mais lembrada pela Dóris e pela Belinha da novela Cabocla, mas lembram muito de mim nessa novela e me pedem para eu voltar com uma vilã bem má… Acho ótimo depois de 20 anos ainda ser lembrada por personagens tão marcantes. Isso é raro numa carreira de atriz e aceito como fruto de um trabalho bem feito.

Você costuma comentar bastante sobre as suas personagens que estão no ar nas redes sociais. Se sente mais próxima do público?
R.A:
Eu estou me divertindo muito comentando as duas novelas na hora em que estão sendo exibidas. É muito legal essa interação com o público. Adoro ler o que escrevem, o que comentam… E é, de fato, um canal direto que eu tenho com os fãs. Isso é muito bom, está sendo ótima a resposta do público.

Você se destacou na novela e teve mais sucesso ainda em ‘Mulheres Apaixonadas’. Também esteve em ‘Páginas da Vida’ com outra personagem forte. A quais razões atribui ter tido tanto êxito em novelas do Manoel Carlos? E o que gostaria de comentar sobre a parceria com o autor?
R.A:
Fiz uma trilogia com o Manoel Carlos! Acho que ele confiou e me deu oportunidade para mostrar o meu trabalho. Nessa carreira a gente sempre precisa de alguém que confie, acredite e nos dê a chance de mostrar o nosso potencial. Me lembro uma vez de ele me dizer que eu era uma atriz que não defendia a personagem e fazia exatamente como estava no papel. Nunca o meu ego entrava na frente, eu nunca questionava as atitudes e ações da personagem, não fazia julgamentos, era aquilo que estava escrito e assim eu executava. Não tive medo de ser julgada. Com o passar dos anos isso fica um pouco mais difícil, confesso. Eu sempre dizia ao Maneco que eu tinha a sensação de que ele ficava atrás da porta, vendo e ouvindo tudo acontecer pelo buraco da fechadura. A forma como ele traduz a alma feminina e seus conflitos é de muita sensibilidade e de grande conhecimento. Eu tenho muito gratidão e saudade.

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