Bill Gates pode até ter perdido o título de homem mais rico do mundo para Jeff Bezos, mas em compensação o lendário cofundador da Microsoft – que completa 63 primaveras neste domingo – continua sendo o bilionário que mais faz filantropia no planeta. Só neste ano ele deverá destinar perto de US$ 5 bilhões (R$ 18,4 bilhões) para a fundação que lançou em 2000 junto com a mulher, a Bill & Melinda Gates Foundation, e que se tornou desde então uma das mais importantes no combate à pobreza e na luta pela erradicação de doenças que afetam principalmente os menos favorecidos em países subdesenvolvidos.
No ano passado, a entidade sediada em Seatlle, nos Estados Unidos, atingiu a marca de US$ 50,7 bilhões (R$ 186,9 bilhões) em caixa, dos quais a maior parte veio do bolso de Gates (amigo dele, Warren Buffett também já enviou vários cheques polpudos para a fundação ao longo dos anos). O dinheiro fica depositado em um fundo que mantém participações em várias empresas, desde a The Coca-Cola Company (0,77%) até a gigante de mídia mexicana Televisa (2,9%).
Referência mundial na área em que atua, o terceiro setor, a Bill & Melinda Gates Foundation usa os lucros desses investimentos para bancar várias campanhas que buscam impactar positivamente o maior número de pessoas possível. Uma delas é o desenvolvimento de uma máquina que extrai água potável de fezes humanas, lembrando que o acesso à bebida é um dos grandes problemas ainda não solucionados em regiões da África e partes da América Latina. Entusiasta da ideia, o próprio Gates já gravou um vídeo bebendo um copo da água fabricada pela engenhoca para provar que esta funciona de verdade.
Não tivesse doado tanto para as causas sociais, é quase certo que aquele que figurou no topo da lista dos mais ricos durante quase duas décadas ainda estivesse no posto. E mesmo abrindo a mão com tanto entusiasmo e frequência, o bilionário-celebridade continua aumentando a própria fortuna como poucos (de março para cá já entraram perto de US$ 4,6 bilhões/R$ 16,9 bilhões na conta dele, considerando apenas suas fatias em empresas de capital aberto).
Gates controla seus negócios através da holding Cascade Investment, e apesar de ter sua imagem constantemente associada à da Microsoft – da qual abriu mão do comando em 2014 – ele tem apenas 3,6% das ações da empresa. Uma das maiores apostas do americano atualmente é a Republic Services, uma companhia especializada na coleta e reciclagem de resíduos sólidos que é líder nos EUA. Dono de um patrimônio estimado em quase US$ 95 bilhões (R$ 350,2 bilhões), ele já avisou que pretende deixar “apenas” US$ 10 milhões (R$ 36,9 milhões) para cada um de seus três herdeiros, sendo todo o resto vai para a caridade. (Por Anderson Antunes)