Linda, encantadora, divertida, Marina Ruy Barbosa arrasta uma galera atrás de si. Só no Instagram são 7 milhões de seguidores. Agora, senhorita fenômeno de fotogenia interpreta na novela das 7 uma mocinha sofrida que vira top model.
Por Paulo Sampaio para a revista J.P
Toda vez que considera uma pergunta capciosa, ou tem dificuldade de encontrar a melhor resposta, Marina Ruy Barbosa cora. A reação só faz reforçar o encantamento que a ninfeta de 20 anos, ruiva, cabelão obediente, pele alva, corpo perfeito, desperta. Quase que instintivamente, você é impelido a provocá-la de brincadeirinha, com assuntos “difíceis”. Aos poucos, ela capitula, justificando-se com evasivas estilo “até tenho uma opinião sobre isso, mas sou jovem demais para falar exatamente o que eu penso”. Quem pode resistir?
Nossa capa surge para fazer as fotos por volta das 23h, vindo direto da TV Globo. Passou o dia gravando suas cenas na novela das 7, “Totalmente Demais”, mas parece ter acabado de sair de uma banheira de espuma. Está fresca, vaporosa, esvoaçante. Marina define a novela como “um conto de fadas moderno”. Sua personagem, Eliza, nasceu no interior do Rio, foi abusada pelo padrasto e fugiu para a cidade grande atrás de oportunidade. Lá, o dono de uma agência de modelos (Artur/Fábio Assunção) transforma a lindinha de 1,67 metro em uma aposta das passarelas. Um metro e sessenta e sete é altura suficiente para uma modelo de passarela? O maquiador diz que Kate Moss tem mais ou menos isso. “Vamos dar um Google”, decide a atriz, muito expedita. “Kate Moss tem 1,70”, diz ela, mostrando na tela do celular. Animada, Marina conta que o elenco da novela foi submetido a um coaching com o cineasta híbrido de preparador de atores argentino Eduardo Milewicz. Segundo ela, Milewicz faz uma limpeza nos cacoetes adquiridos nos personagens interpretados anteriormente. Promove uma espécie de detox artístico.
PRESENÇA LUMINOSA
O corredor principal do estúdio onde foi feito este ensaio tem um pé-direito muito alto, de aproximadamente 15 metros, e está quase escuro, de maneira que Marina imprime sua presença luminosa à medida que avança em direção ao camarim. Não é difícil entender, logo de saída, porque ela tem 7 milhões (sete milhões) de seguidores no Instagram. A propósito, quero saber da parte “cabeluda”, barra-pesada, com a qual toda pessoa que se expõe muito acaba tendo de lidar. Muitas propostas indecentes? Agressões? Críticas? Ela parte para o tatibitate: “Recebo bastante carinho das pessoas. Comecei muito nova na carreira [aos 7 anos, na novela “Sabor da Paixão”, de 2002, no papel de Marie]. Então, quase todos os dias leio mensagens lindas de senhorinhas e de crianças que me acompanham esse tempo todo. E também de amigos e colegas de trabalho”. Bonitinho.
MAS, ENTÃO
Tá namorando? Susto. Pausa. “Tô feliz.” Só. Diz apenas que seus relacionamentos são duradouros. O mais longo, de três anos e meio, foi com o ator Klebber Toledo, galã teen todo trabalhado na musculação, com quem ela contracenava em “Morde & Assopra” (2011). Eles não assumiram logo o romance. Durante muito tempo, aliás, Marina manteve o discurso de que só perderia a virgindade quando se casasse, e chegou a sugerir que ela e Toledo nunca haviam dormido juntos. Recentemente, a atriz engatou com o playboy Caio Nabuco, herdeiro de uma família tradicional do Rio. Ficaram um ano e meio juntos. Ela conta que busca se proteger das fofocas na internet, embora acredite que sejam inevitáveis. “A gente tem de se blindar. Cada hora inventam uma pessoa para mim, é uma dor de cabeça.”
O maquiador usa todo o seu talento para deixar mais bonito o que é irretocável – ou para preservar o viço natural do rosto de Marina, sob a luz potente dos refletores. A eventual dificuldade da atriz para se expressar com propriedade – aventada no primeiro parágrafo – vai até o ponto em que ela sobe no tablado montado no estúdio. Aí, a mocinha de 20 anos se transforma em um fenômeno de fotogenia. Novo sopro de sedução. Dentro de um top e uma minissaia (tipo micro) Versace, ela segue a orientação do fotógrafo e gira rápido, de forma que o cabelo voe; clic; em seguida, saltita para frente e dá uma parada com as mãos levantadas; clic. A equipe acompanha o resultado no monitor do laptop, absolutamente embevecida. De quando em quando, a própria Marina vai ver como está ficando. Em um canto escuro do estúdio, vislumbro no rosto de uma loura de 40 e tantos anos a versão “Marina amanhã” da atriz. Será? “Sim, é a mãe dela”, confirma a assessora de imprensa. Então, inicia-se uma perseguição a Gioconda Ruy Barbosa, 47, que foge da reportagem. A mãe de Marina também cora, só que antes mesmo que se faça qualquer pergunta. O máximo que se consegue arrancar dela, depois de descobri-la atrás de uma arara de roupa, é que queria que a filha fosse médica. Gioconda nega que seja “mãe de miss”, ou “assessora informal” da filha (única), mas então o que ela estaria fazendo ali? Será que mima a menina? “Eu cuido”, diz, em uma de suas poucas falas. Eu a parabenizo pelo resultado e a deixo em paz. Marina segue posando. Entre um giro e um saltito, pergunta ao fotógrafo: “E agora, faço o quê?”, enquanto simula timidez, virando as pontas das botinhas Louis Vuitton de verniz preto para dentro. Faz o que quiser, Marina, no seu caso a gente permite todas as licenças poéticas.
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