As quedas acentuadas nos mercados mundiais de ações nas últimas semanas, por causa do pânico generalizado que se alastrou entre os investidores internacionais desde que a Organização Mundial de Saúde classificou o Covid-19 como uma pandemia, somada à disparada sem precedentes do dólar frente ao real no mesmo período e pelo mesmíssimo motivo, fez com que nada menos que 17 brasileiros deixassem de ser bilionários na moeda americana. Para colocar as coisas em perspectiva, basta dizer que nessa mesma época do ano passado o clube dos dez dígitos em dólares verde e amarelo era composto por 58 nomes, um número que agora caiu para 41 membros.
E essa redução de pouco mais de 29% começou a tomar forma principalmente depois que o novo coronavírus passou a ser tratado como uma ameaça global pela maioria dos países, em meados de fevereiro, com muitos deles reduzindo suas expectativas de crescimento para 2020 e, em alguns casos, até começando a se preparar para uma recessão causada pela doença de fácil contaminação.
Entre os brasileiros que ficaram menos ricos de lá pra cá, o tombo que mais chama atenção é o de Jorge Paulo Lemann. Ex-número um entre os bilionários nacionais, o maior acionista da cervejaria Anheuser-Busch InBev – cuja ação negociada na Bolsa de Bruxelas perdeu mais de 56% do valor nos últimos doze meses – teve sua fortuna reduzida dos estimados US$ 22,8 bilhões (R$ 118,5 bilhões) que ele tinha em março de 2019 para os atuais US$ 10,4 bilhões (R$ 54 bilhões). Só nessa quarta-feira, com as bolsas mundiais derretendo aceleradamente mais uma vez, Lemann viu mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) de seu patrimônio se evaporarem. (Por Anderson Antunes)