O desfecho inusitado da última eleição presidencial nos Estados Unidos já não é o assunto mais quente em Wall Street, onde a posse de Joe Biden como o sucessor do presidente Donald Trump em 20 de janeiro é dada como certa. Na meca do capitalismo, o que todo mundo comenta mesmo nesse momento é a última aposta financeira de Warren Buffett, que dias atrás informou a Securities and Exchange Commission (SEC, a xerife do mercado americano de capitais), sobre uma compra de ações que realizou na ocasião.
Buffett, que fez a movimentação por meio de sua holding, a Berkshire Hathaway, só não disse o nome da empresa da qual se tornou sócio minoritário – o que nos EUA é permitido para o caso de investidores que comprem até 5% dos papéis de qualquer companhia de capital aberto de lá. Daí o motivo do disse-que-disse, já que a identidade da companhia misteriosa se tornou a informação mais cobiçada pela turma que ganha a vida apostando nas bolsas e que costuma seguir todos os passos do Oráculo de Omaha.
Dono de uma fortuna estimada em US$ 87,4 bilhões (R$ 463,5 bilhões) que o torna o sexto homem mais rico do mundo, Buffett fez coisas parecidas no passado, e geralmente quando descobre uma oportunidade que prefere aproveitar sozinho. Explica-se: é que sempre que ele investe abertamente em uma empresa listada na Bolsa de Valores de Nova York ou na NASDAQ, sua ação costuma disparar. E por não ter feito isso dessa vez, é provável que o bilionário queira continuar mirando nesse ativo na baixa até atingir a participação que almeja nele e, então, deixar o mundo a par de sua mais nova tacada. (Por Anderson Antunes)