Hoje, com o desenvolvimento de novas tecnologias, há a possibilidade de eliminar desenhos coloridos, em pigmento verde, azul, laranja e vermelho.
Do nome de ex aos desenhos que não fazem mais sentido, passando pelas datas que já não remetem a um bom momento, tudo que está gravado na pele já pode ser apagado. “Hoje, até mesmo as tatuagens coloridas, com pigmentos que anteriormente eram muito difíceis de serem reconhecidos pelos lasers, como o verde claro, azul, laranja e vermelho, agora já podem ser removidas com as tecnologias modernas de picossegundos”, explica o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Geralmente, o desejo do paciente em remover um desenho é fruto de arrependimentos de ‘erros juvenis’ ou tatuagens que envelheceram muito, e principalmente eliminar alguma memória que esteja cravada na pele. O lançamento da tecnologia de laser de picossegundos foi um divisor de águas importante que permite tratar uma ampla gama de fototipos e diferentes cores de tatuagem”, explica o médico, que indica lasers como Vektra Pico, Quadri Pico e Pico Ultra 300.
Segundo o médico, todas as tecnologias trazem o laser de picossegundos que, ao entrar em contato com o pigmento, fragmenta essa cor em pedaços muito pequenos, permitindo que ela seja mais facilmente eliminada. “O alvo do laser é apenas o pigmento, então o procedimento é mais suave e não tem downtime (tempo de recuperação), permitindo que o paciente possa voltar imediatamente às atividades normais após a sessão. Com a duração de pulso ultracurta, a dor é menor durante o tratamento e a recuperação é bem mais rápida. Até mesmo tatuagens pré-tratadas e de difícil remoção podem ser eliminadas”, explica o médico. O dermatologista explica que o tratamento do pigmento da tatuagem costuma ser mais complexo, pois envolve, em geral, várias cores. No entanto, o laser mais atual, Quadri Pico, possui vários comprimentos de onda justamente para atuar em diversos tipos de pigmento. “Além dos comprimentos de onda tradicionais (532 nm e 1064 nm), o Quadri Pico traz mais dois comprimentos de onda: o Dye 585, utilizado para remoção do pigmento azul claro, e o Dye 650, que age no pigmento verde”, explica o médico. Assim, o procedimento é capaz de eliminar tatuagens de cores pretas, azuis e marrons (com 1064 nm), vermelhas, roxas, laranjas e marrons claras (pelo 532 nm), além das azuis claras e verdes. “As partículas de pigmento ficam tão pequenas após o laser que as células conseguem fagocitar (engolir e digerir) esse pigmento para eliminá-lo posteriormente”, explica o médico. Para remoção de tatuagens, são indicadas de seis a oito sessões, com intervalo de 15 dias.
Hoje, esse tipo de laser também tem outro benefício: como é ultrarrápido, ele minimiza a duração das sensações dolorosas, o risco de queimaduras e cicatrizes pós-procedimento. “Cada sessão dura entre 10 e 20 minutos, dependendo da superfície a ser tratada (e do tamanho da tatuagem). O laser vai clarear a tatuagem e, desde a primeira sessão, já é possível ver algum resultado. Mas tatuagens mais coloridas e maiores precisam de mais sessões para eliminá-las adequadamente. É importante pontuar que existem diversas variáveis, desde a natureza da tinta, a sua quantidade, o tipo de pele, as camadas da tatuagem (se for uma cobertura de uma anterior), cicatrizes pré-existentes, até sua profundidade”, completa o dermatologista. “O procedimento é dolorido, mas é aplicada uma anestesia injetável, o que melhora o conforto do paciente”, diz o médico.
De acordo com o dermatologista, é muito incomum que o paciente fique com uma cicatriz na região, a menos que ela já existisse antes da tatuagem. “Nesse caso, podemos usar outros lasers, como o Erbium, para melhorar a cicatriz pré-existente. Após o procedimento de remoção da tatuagem, aplicamos uma espessa camada de pomada cicatrizante na área tratada, e o paciente deve seguir algumas recomendações, como: evitar saunas, piscina e banheiras; após 48 horas, a área pode ser molhada, mas não deve ser esfregada; e recomendamos sabonete neutro. A preocupação mais importante é não expor a área ao sol e, após a cicatrização, que é algo muito individual, usar sempre fotoprotetor na região para não manchar. De qualquer maneira, é importante enfatizar que esse é um procedimento dermatológico, então procure sempre um médico para realizá-lo”, finaliza o Dr. Abdo Salomão.
FONTE: Dr. Abdo Salomão Jr.: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), membro da American Academy of Dermatology (AAD), da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino-Americano de Dermatologia. Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coreia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior. Instagram: @drabdosalomao.