O incômodo do PT com a exposição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é flagrante. O site do partido virou uma espécie de anteparo do petista, com notas de repúdio às suspeitas de envolvimento do ex-presidente em irregularidades apuradas na Operação Zelotes (que trata de tráfico de influência e “venda” de medidas provisórias) ou de enriquecimento ilícito (o caso do triplex do Guarujá). O partido, que vai celebrar seus 36 anos de existência em festa no Ri, aproveitará a ocasião para fazer uma espécie de ato de desagravo ao ex-presidente Lula. “Sempre quando se juntam os petistas homenageiam Lula”, justificou um dirigente.
Sobre a abertura de uma investigação contra Lula pela Polícia Federal, o advogado de Lula se manifestou em nome do ex-presidente. Lula argumenta que não é investigado na Operação Zelotes. O delegado federal Marlon Cajado defende abertura de outro inquérito, completar ao já existente, em que a atuação de Lula na aprovação de medidas provisórias que beneficiaram o setor autonomotivo também seria investigada. “Nada justifica a conduta do delegado Federal Marlon Cajado ao afirmar que o ex-Presidente Lula seria investigado no Inquérito 1621/2015. O ex-Presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados. Não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento”, afirmou Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula.