O professor israelense Tal Ben Shahar, famoso por ministrar o curso mais popular e concorrido da história de Harvard sobre “Psicologia Positiva” e do terceiro curso mais popular da instituição “A Psicologia da Liderança” – com um total de mais de 1.400 alunos – está no Brasil para participar de um evento beneficente em prol da entidade feminina, o Na’amat Pioneiras São Paulo, no qual dará uma palestra sobre “A Ciência da Felicidade”. O encontro acontece no dia 20 de novembro, no Buffet França, em Higienópolis. Mas, antes de subir aos palcos, o autor do best-seller do “New York Times”, “Seja mais Feliz”, conversou com o Glamurama e, assim como em Harvard, ele conta como a ciência é capaz de nos levar a uma vida mais feliz de maneira bastante prática e simples.
Glamurama – Seu trabalho fala sobre a “ciência da felicidade”. A felicidade é realmente uma ciência? Qualquer um pode, com dedicação, alcançá-la?
Tal Ben Shahar – “O que faz uma ciência é pesquisa, evidência empírica. É possível ter hipóteses, porém, a menos que sejam rigorosamente testadas, elas não podem ser consideradas científicas. Todos podemos encontrar mais felicidade em nossas vidas se nos basearmos na ciência da felicidade.”
Glamurama – Quando e por que você decidiu estudar felicidade?
Tal Ben Shahar – “Inicialmente, o que me interessou em estudar a felicidade foi minha própria infelicidade. Eu estava indo bem como estudante de graduação em Harvard, era um atleta de ponta, tinha uma boa vida social e estava infeliz. Foi então que percebi que o interno importa mais para os níveis de bem-estar do que o externo, e foi então que entrei na psicologia. Depois de estudar psicologia positiva e me beneficiar disso, quis compartilhar o que aprendi com os outros.”
Glamurama – O que é ser feliz? Ser feliz é alcançar seus objetivos individuais?
Tal Ben Shahar – “Alcançar objetivos individuais não nos faz felizes em longo prazo. O que nos faz mais alegre é passar tempo com amigos e familiares, exercitar-se regularmente, meditar, ser grato pelo que temos.”
Glamurama – Por que muitas pessoas não se consideram felizes?
Tal Ben Shahar – “Muitas pessoas acreditam que ser feliz significa que tenha que sentir prazer o tempo todo, que tenha que experimentar uma alta constante. Em outras palavras, suas expectativas são falsas – muito altas e irreais.”
Glamurama – Qual é a diferença entre prazer e felicidade?
Tal Ben Shahar – “Felicidade é sobre uma experiência global da vida. Podemos sentir dor às vezes (o que é o oposto do prazer) e ainda desfrutar de uma vida feliz em geral.”
Glamurama – Redes sociais e comunicação da nova era são obstáculos para a felicidade? Por quê?
Tal Ben Shahar – “Se eu tivesse que fazer uma avaliação geral do impacto das mídias sociais, seria fortemente inclinado para o negativo. Embora haja, é claro, aspectos positivos – pessoas que se reúnem na mídia social, mantêm contato e se atualizam -, os negativos superam em muito os positivos. Existe uma relação robusta entre a quantidade de tempo que as pessoas gastam nas redes sociais e o quão solitárias, deprimidas e ansiosas estão. Quanto menos tempo as pessoas gastam com amigos virtuais e quanto mais elas passam o tempo com amigos reais, mais felizes elas são. Mil amigos no Facebook não substituem um melhor amigo.”
Glamurama – O mundo de hoje está passando por uma série de transformações que não parecem se aproximar de um momento feliz. A crise dos refugiados, por exemplo. Como acreditar que a felicidade é possível em um momento tão sombrio?
Tal Ben Shahar – “A chave não é encontrar a felicidade, a chave é aumentar os níveis de felicidade. A felicidade não é um ponto final que alcançamos, mas um caminho que percorremos. É possível que a maioria das pessoas, na maioria das vezes, aumente os níveis de felicidade, mesmo que seja um pouco. E esse é o objetivo final da ciência da felicidade.”
Glamurama – Você pode nos dar algumas dicas simples e práticas para começar a abordar essa felicidade?
Tal Ben Shahar – “Aqui estão algumas lições de felicidade que juntei:”
Lição 1: Dê a si mesmo permissão para ser humano. Quando aceitamos emoções – como medo, tristeza ou ansiedade – como naturais, estamos mais propensos a superá-las. Rejeitar nossas emoções, positivas ou negativas, leva à frustração e infelicidade. Somos uma cultura obcecada pelo prazer e acreditamos que a marca de uma vida digna é a ausência de desconforto; e quando sentimos dor, tomamos isso para indicar que algo deve estar errado conosco. De fato, há algo errado conosco se não sentimos tristeza ou ansiedade às vezes – que são emoções humanas. O paradoxo é que, quando aceitamos nossos sentimentos – quando nos damos a permissão para sermos humanos e vivenciamos emoções dolorosas -, é mais provável que nos abrimos às emoções positivas.
Lição 2: Felicidade está na intersecção entre prazer e significado. Seja no trabalho ou em casa, o objetivo é se envolver em atividades que sejam pessoalmente significativas e agradáveis. Quando isso não for viável, certifique-se de ter impulsionadores da felicidade, momentos ao longo da semana que lhe proporcionem prazer e significado. Pesquisas mostram que uma hora ou duas de uma experiência significativa e prazerosa podem afetar a qualidade de um dia inteiro ou mesmo de uma semana inteira.
Lição 3: Tenha em mente que a felicidade depende principalmente de nosso estado de espírito, não de nosso status ou do estado de nossa conta bancária. Exceto por circunstâncias extremas, nosso nível de bem-estar é determinado pelo que escolhemos enfocar e por nossa interpretação de eventos externos. Por exemplo, nos concentramos na parte vazia da parte inteira do vidro? Consideramos os fracassos como catastróficos ou os vemos como oportunidades de aprendizado?
Lição 4: Simplifique! Geralmente estamos ocupados demais, tentando espremer mais e mais atividades em menos e menos tempo. A quantidade influencia a qualidade e comprometemos nossa felicidade tentando fazer muito. Saber quando dizer “não” aos outros geralmente significa dizer “sim” para nós mesmos.
Lição 5: Lembre-se da conexão mente-corpo. O que fazemos – ou não fazemos – com nossos corpos influencia nossa mente. O exercício regular, o sono adequado e hábitos alimentares saudáveis levam à saúde física e mental.
Lição 6: Expresse gratidão, sempre que possível. Nós muitas vezes tomamos nossas vidas como garantidas. Aprenda a apreciar e saborear as coisas maravilhosas da vida, das pessoas à comida, da natureza a um sorriso.
Lição 7:Priorizar relacionamentos. O número um preditor de felicidade é o tempo que passamos com pessoas com quem nos importamos e que se preocupam conosco. A fonte mais importante de felicidade pode ser a pessoa sentada ao seu lado. Aprecie-os, saboreie o tempo que passa juntos.
Serviço:
“A Ciência da Felicidade” com o PHD Tal Ben Shahar
Data: 20 de novembro de 2018
Local: Buffet França – Av. Angélica, 750 – Higienópolis
Informações: Na’amat (11) 3667.5247 / Whatsapp (11)9.5327.4482
Adquira seu convite aqui.