Chega a ser irônico, mas a empresa que mais causou falências em massa de shopping centers nos últimos anos em terras americanas também foi a que mais comprou, de janeiro pra cá, muitos desses empreendimentos que tinham fechado suas portas nos Estados Unidos. E é da Amazon que estamos falando, claro, a gigante do e-commerce cujos serviços cada vez mais populares são o maior calcanhar de Aquiles do varejo tradicional na atualidade.
Sua busca por shoppings nos EUA está diretamente ligada ao fato de que os shopping fechados são facilmente adaptáveis para seus chamados “fulfillment centers”, ou centros de distribuição. Para a Amazon, quanto mais desses no país, melhor sua capacidade de cumprir prazos de entrega apertados.
Trata-se de uma revolução e tanto, sobretudo porque uma pesquisa encomendada em meados de 2020 pela firma de análises imobiliárias americana Green Street indicou que até o fim desse ano, nada menos que 25% dos shoppings ainda operantes nos EUA deverá sair de cena. Frise-se que atualmente ainda existem, ainda que funcionando aos trancos e barrancos, existem cerca de mil por lá. (Por Anderson Antunes)