Os atletas de alta performance, como é o caso dos que estão na Olimpíada, precisam de concentração, foco, preparação física e mental. Sem esse equilíbrio, fica ainda mais difícil lidar com a pressão da competição vinda dos adversários, patrocinadores, torcida, e principalmente o peso de representar o seu país.
A prova disso? A tenista Naomi Osaka, maior esportista do Japão e atual número 2 do mundo. Ela, que acendeu a pira olímpica na abertura do evento, acabou sendo eliminada precocemente para a 42ª no ranking mundial, a tcheca Marketa Vondrousova, em jogo nesta terça-feira. Segundo a Associated Press, após a partida, a atleta admitiu que sua postura diante da situação não foi tão boa porque realmente não sabe lidar com tal pressão. “Então, foi o melhor que poderia ter feito”, afirmou Osaka. A tenista de apenas 23 anos disse ficar desapontada com cada derrota, mas considerou a de Tóquio “pior do que as outras”, classificando a pressão como “um pouco demais”.
Há dois meses, a esportista já havia comentado sobre problemas psicológicos, mas parecia ter superado as dificuldades, que a levaram a desistir do torneio de Roland Garros. Em sua série documental, produzida pela Netflix, o tema é ressaltado, já que a japonesa faz questionamentos sobre o que aconteceria se tivesse escolhido uma vida “normal”.
Ao ser capa recente da revista “Times”, Naomi adotou uma postura franca sobre o tema polêmico entre os atletas, já que alguns acreditam que expôr vulnerabilidade é uma desvantagem. Em um artigo de sua autoria publicado na revista americana, ela descreve suas dificuldades e explica os sentimentos de forma transparente e rara em um meio em que atletas devem ser vistos como heróis, fortes e invencíveis. A esportista disse não ser contra a mídia, e sim contra o sistema de entrevistas coletivas obrigatórias depois das partidas do circuito de Grand Slam. Ainda admitiu que nunca se pode agradar a todos em um mundo dividido como o de hoje.
Além da japonesa, Simone Biles, maior nome da ginástica na atualidade, abandonou a final por equipes, depois de uma apresentação ruim em seu aparelho de estreia, também nesta madrugada. Inicialmente, o Comitê Olímpico dos EUA afirmou que a atleta deixou a prova por “questões médicas”, mas a imprensa americana tem sido unânime em dizer que Biles não sofre com lesões, mas com questões psicológicas.
Aos 24 anos, após ser classificada para a final, a esportista comentou que ‘pesa’ a pressão de ser apontada como a maior estrela dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Não foi um dia fácil ou o meu melhor, mas consegui superá-lo. Eu realmente sinto que às vezes tenho o peso do mundo sobre meus ombros. Eu sei que ignoro e faço parecer que a pressão não me afeta, mas de vez em quando é difícil hahaha! As Olimpíadas não são brincadeira! Estou feliz que minha família foi capaz de estar comigo virtualmente, eles significam o mundo para mim!”, postou Biles em suas redes sociais.