Não são apenas os Estados Unidos que estão em pé de guerra com o Irã. Gianni Infantino, presidente da FIFA, deu um ultimato ao país asiático nessa quinta-feira no que diz respeito à proibição de mulheres nos estádios de futebol de lá, imposta há 40 anos durante a Revolução Islâmica. O problema é que a nação governada atualmente por Hassan Rohani em breve será sede de uma partida pelas Eliminatórias Asiáticas da Copa do Mundo de 2022, e para o cartola já está mais do que na hora de pôr fim à regra esdrúxula.
A maior parte da comunidade internacional apoia Infantino, e princialmente desde a morte de Sahar Khodayari, no último dia 8. Fã do time Esteghlal F.C., de Teerã, a ativista de 29 anos perdeu a vida depois de atear fogo ao próprio corpo perto de um tribunal da capital iraniana. Dias antes, ela tinha sido presa por se disfarçar de homem para entrar em um estádio, o que acabou lhe rendendo uma condenação de seis meses de cadeia.
A Seleção do Irã atualmente aparece na 23ª colocação no ranking com as melhores seleções do mundo da própria FIFA, e enfrenterá o Camboja no estádio Azadi de Teerã já em 10 de outubro. Muitos temem que o jogo acabe se tornando um grande protesto de mulheres por causa da morte de Khodayari, razão pela qual Infantino tenta evitar justamente isso, mas sem obter sucesso até agora. (Por Anderson Antunes)